Deolinda Kinzimba percebeu aos 8 anos que sabia cantar e desde os 10 anos que a música é uma parte muito importante na sua vida. Foi com 19 anos que veio para Portugal estudar, viveu em Guimarães primeiro e mudou-se para o Porto em 2015, para estudar Direito.
Desde cedo que decidiu que queria estar ligada a esta arte para sempre. Entrou no The Voice Portugal de onde saiu vencedora e começou então a lançar singles, “Primeira Vez” foi a sua estreia e foi composto e escrito por Guilherme Alface, dos ÁTOA, e produzido por Diogo Piçarra. O videoclip foi realizado por Joana Areal.
Seguiu-se “More Than A 100”, que é uma viciante canção pop e que apresenta o seu primeiro álbum de estúdio, intitulado de “Deolinda Kinzimba”. Este álbum resulta num conjunto de dez canções originais, que mostram como Deolinda domina uma paleta de géneros musicais com uma mestria inigualável, cantando sempre com carinho e com uma sensibilidade única.
Leiam abaixo a entrevista em exclusivo à CA Notícias e fiquem a saber um pouco mais sobre Deolinda:
CA Notícias (CA) – Quando te mudaste de Angola para Portugal para estudares, tinhas alguma vez imaginado tornares te cantora?
Deolinda Kinzimba (DK) – Nunca tinha imaginado que a vida ia seguir esse caminho. Quando vim para Portugal tinha como objetivo acabar os meus estudos. Não sabia que ia conseguir chegar onde cheguei e conseguir tudo o que tenho conseguido. Foi uma verdadeira surpresa.
CA – Em que estado ficou o teu curso de Direito? Ainda é algo que tencionas seguir e algum dia exercer?
DK – Neste momento parei, mas vou terminar o meu curso. Era esse o meu objetivo quando me mudei para cá. Eu gosto do curso, acho interessante. Quanto a exercer, vou ver o que o futuro me irá trazer e se as oportunidades da música forem melhores, coloco a música em primeiro lugar.
CA – Qual seria o maior conselho que davas a quem vence agora um concurso de talentos?
DK – Nunca deixem de acreditar, em vocês mesmos e nos vossos sonhos. Acreditem no vosso valor e não deixem que as pessoas vos deitem abaixo. A luta começa quando saem do concurso, é aí que começa o verdadeiro trabalho, precisam de insistir e de nunca pararem de lutar. Tenham fé, a vossa música pode ser ouvida.
CA – Achas que o apoio de uma editora discográfica influenciou a tua evolução de que forma?
DK – Ajudou me muito, a maioria das pessoas só me conhece do The Voice, mas na verdade há muito tempo que estou a tentar encontrar o meu lugar no mundo da música. No entanto é muito difícil fazer tudo sozinha e a editora foi um empurrão nesse sentido, ajudou-me a editar e a distribuir o meu trabalho, para que pudesse chegar a mais pessoas.
CA – Como foi para ti a experiência no festival da canção? Achas que o facto de já teres estado num concurso fez com que encarasses de forma diferente este desafio?
DK – Eu não gosto de misturar públicos, o público do festival da canção é muito diferente do público do The Voice, é mais velho e mais experiente, por isso a responsabilidade é muito maior. Mas esta experiência foi muito boa para mim, ajudou-me a crescer como artista. Fiquei muito feliz por ter pisado o palco e por ser uma boa influência na música.
CA – Na Eurovisão e no álbum foram várias as parcerias com outros artistas, como tem sido desenvolver estas sinergias?
DK – Eu não os conheci a todos pessoalmente, não tive contacto em estúdio com todos, mas foi uma ótima experiência para mim. Foi muito bom ter tanta diversidade musical e trabalhar com outros artistas, foi uma excelente oportunidade de partilhar experiências. Acho que é importante aprendermos e tentarmos saber mais com quem já está no mundo da música há mais tempo.
CA – Sentiram desde logo que o Salvador podia ganhar internacionalmente?
DK – Eu senti logo que sim e quando ouvimos a música dele pela primeira vez nos ensaios, percebemos todos que ele ia ganhar. Eu disse logo que a música era linda, estive sempre muito confiante de que ele ia ganhar, a ver as votações e tudo. Até comentei com uma amiga que ele ia ser o vencedor, que só era preciso acreditarmos. Já estava na altura de sermos nós a ganhar.
CA – A internacionalização é um objetivo?
DK – É sim, mas para já ainda não. Primeiro quero crescer mais em Portugal, acho que preciso de o fazer antes de tentar internacionalizar-me. Mas, sem pressa, vou continuar a fazer o que gosto, que é música com muito amor e carinho. Vou tentar divulgar ao máximo o meu trabalho enquanto o faço.
CA – Quais são os teus planos para este ano? Com o que vamos poder contar?
DK – Para este ano quero fazer o maior número de concertos possíveis, para conseguir chegar a mais públicos e a mais pessoas. Vou continuar a divulgar o meu trabalho o mais possível, através de concertos e da internet. Estou a trabalhar no sentido de este ser um ano de crescimento para mim. Mas eu gosto muito de deixar as coisas acontecerem por elas, com calma e sem pressas.