Papillon é o novo filme de Michael Noer, protagonizado de Charlie Hunnam e Rami Malek. Baseado na história verídica de Henri Charrière, mais conhecido pela alcunha de Papillon, este filme embarca numa grande jornada de luta pela sobrevivência e pela liberdade, de uma forma muito bem desenvolvida.
Inspirado nos livros autobiográficos e best-sellers mundiais de Charrière, o filme segue a sua épica história de fuga de uma prisão. Papillon é um arrombador de cofres parisiense, que é injustamente incriminado por homicídio e condenado a prisão perpétua na América Central. O espectador é conduzido por toda esta jornada de dificuldades, estratégias, tentativas, erros e vitórias. Tudo isto é muito bem gerido e estruturado pelo argumento, que nos conta a história de forma bastante coesa e empolgante.
A actuação de Charlie Hunnam como Papillon é sem dúvida uma das grandes qualidades desta longa-metragem. Para além da aparência física, o actor demonstra uma energia na sua interpretação que permite o retrato de um ser humano forte, capaz de tudo para conseguir a sua liberdade e viver a vida que quer. Rami Malek merece também destaque, cuja actuação proporciona bens momentos de contracena com Hunnam.
O único defeito que este filme possa ter é o seu próprio género. É muito fácil uma longa-metragem biográfica acabar por se reduzir ao seu enredo, apoiando-se no potencial de uma história verídica forte e inspiradora. Neste caso, isso acaba por acontecer. Noer acaba por deixar a história falar por si, levando a que a sua realização não seja nada de extraordinário nem original. Contudo, o desenvolvimento do enredo é muito bem feito, e ainda que o filme não seja fantástico, é capaz de cativar pela história biográfica que conta.
Papillon é um filme com um óptimo elenco, bem escrito e estruturado, que consegue enaltecer e homenagear Henri Charrière e toda a sua luta pela liberdade. A sua história é contada a novas gerações, para propósitos de entretenimento e lucros de bilheteira. No final de contas, não é um filme extraordinário, mas não deixa de ser uma boa experiência em cinema.