“Maria, Rainha dos Escoceses” é um filme baseado no romance histórico bestseller de John Guy. Realizado por Josie Rourke, o filme acaba por chamar logo à atenção pela presença de duas grandes atrizes: Saoirse Ronan, que interpreta Maria Stuart, e Margot Robbie, no papel da rainha Isabel I.
O filme acompanha Maria Stuart, que, depois de se ter tornado rainha de França e após a morte do seu marido, regressa à Escócia, o seu país natal, com o objetivo de desempenhar o seu papel de rainha e recuperar o trono, numa altura em que a Escócia e a Inglaterra estão sob o domínio de Isabel I.
Ao longo de duas horas, somos apresentados a duas mulheres implacáveis que dominam num mundo de homens e que muitas vezes, apesar do seu poder, são rebaixadas. Grande parte da comunicação existente entre ambas é feita através de cartas, como, de facto, aconteceu na realidade, segundo documentos históricos.
Um dos aspetos menos positivos do filme está talvez numa tentativa de fugir um pouco à realidade. A determinado momento, as rainhas acabam por se conhecer pessoalmente, mas percebe-se que é um encontro um pouco forçado e que não tem efeitos no decorrer da história.
Outro problema está no modo como o filme tenta ser “politicamente correto” para os tempos atuais, entregando-nos um sub-plot sem importância que apenas serve para representar uma parte da sociedade. No entanto, a maneira como a representa é bastante negativa… E acaba por apenas prolongar o tempo de filme de uma maneira absurda.
No que toca à cinematografia, o filme podia ser bastante melhor. Os cenários são bons, mas nada que nos deixe de boca aberta, especialmente no que toca às cenas nos exteriores. Já o vestuário é claramente pensado ao pormenor, como é o caso das vestimentas da rainha Isabel I, e também as caracterizações são excelentes.
Como nem tudo é mau, é preciso fazermos uma vénia às duas rainhas. Aliás, às atrizes que as interpretam, que estão excelentes e poderosas nos seus papéis. Saoirse é a rainha jovem, bonita e guerreira, Margot é aquela que realmente governa, mas tem azar na vida e vê-se intimidade pela sua “irmã”. Estas duas são, de facto, um motivo suficiente para irmos ver este filme. Só é pena que o resto não brilhe tanto quanto elas.
Tirando todos os aspetos negativos anteriormente referidos, “Maria, Rainha dos Escoceses” até consegue ter a sua graça, em grande parte por causa das protagonistas, que sustentam todo o filme. Ficamos bastante curiosos em conhecer todos os desenvolvimentos das interações entre elas e, consequentemente, ficamos com vontade de ver o filme até ao fim, apesar dos momentos menos positivos.