Joana Maria 
“O Interminável” é um thriller de Ficção Científica realizado e protagonizado por Aaron Moorhead e Justin Benson.
O filme acompanha dois irmãos que recebem uma mensagem em vídeo que os leva a regressar ao culto do qual escaparam em crianças. Mas é quando regressam que começam a ocorrer fenómenos estranhos. Os irmãos são, então, forçados a questionar as crenças daquela comunidade em relação ao sobrenatural e se estas não serão apenas inventadas. Os problemas começam realmente a surgir apenas quando os irmãos se veem incapazes de escapar daquele sítio, pois percebem que estão dentro de um loop – ou seja, tudo acontece vezes e vezes sem conta.
“O Interminável” inicia-se com uma citação de H. P. Lovecraft que serve de mote e existe realmente um clima Lovecraftiano neste filme, com bastante mistério, que chega mesmo a cheirar o Terror.
É preciso dizer, desde já, que o filme apresenta-nos algo muito estranho e até mesmo um tanto confuso. Muitas coisas vão acontecendo sem motivos aparentes e muitas personagens têm reações que são difíceis de perceber. Mesmo no final, não existem respostas para as perguntas que se foram formando nas nossas cabeças ao longo das quase duas horas de filme. Por exemplo, ficamos sem saber o motivo pelo qual os dois irmãos foram parar ao tal culto ou muito menos porque é que aquele culto existe ou como se formou. No entanto, apesar de ser tudo muito estranho, a narrativa é bastante plausível.
Um aspeto importante de referir é que este filme está repleto de metáforas – como, aliás, é mostrado por uma das personagens. É interessante pensar que, por exemplo, o tal loop é uma repetição interminável da História a acontecer.
No que toca a aspetos menos positivos, percebe-se bem que este é um filme de low-budget que tinha muito mais potencial do que aquilo que nos apresenta. O argumento é interessante, mas não chega a deixar-nos superexcitados para seguir a história, talvez apenas por um simples motivo: o filme estende-se por demasiado tempo e tem cenas demasiado paradas que não são necessárias. Por sua vez, os protagonistas deviam ter-se dedicado apenas à realização do filme, pois percebe-se que, apesar do esforço, as suas representações são fracas e pouco naturais.
No final, “O Interminável” é apenas um filme que tinha tudo para apresentar uma história diferente e interessante, mas alguns aspetos menos bons fazem com que seja apenas um daqueles filmes que vemos uma vez e rapidamente esquecemos.
