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Crítica Cinema – ‘Creed II’

Crítica Cinema – ‘Creed II’

‘Creed II’ é uma sequela directa a um dos melhores filmes de 2015 e que trouxe Rocky Balboa de novo para o grande ecrã, mas desta vez com um papel secundário. ‘Creed II’ não decepciona e oferece um final de história digno para Rocky, enquanto desenvolve a personagem de Adonis Creed, para além de resolver os problemas de ‘Rocky IV’.

Em 1977 dizíamos “Olá” a uma das personagens que ficará marcada para sempre na história do cinema. Falo, obviamente, do lutador humilde com coração bondoso que teve uma oportunidade de lutar pelo título de campeão mundial de pesos pesados, Rocky Balboa. E agora em 2018 dizemos-lhe “Adeus”. Se será uma despedida definitiva, só Sylvester Stallone saberá, mas tudo aponta para tal, tendo o próprio actor referido no seu perfil de Instagram que este será mesmo o último filme da personagem. Mas se assim for, Rocky Balboa termina a sua estadia nos cinema com uma nota alta.

‘Creed II’ tenta, em simultâneo, finalizar a história de uma personagem tão grande como Rocky, tal como desenvolver um bom arco e deixar em aberto a história das novas personagens. Se isto já seria uma tarefa hercúlea para muitos filmes, ‘Creed II’ tenta ainda resolver a problemática em relação à ‘Rocky IV’. Ivan Drago é uma das personagens mais icónicas da saga e muitos momentos desse filme são dos mais reconhecidos da série, mas a verdade é que o filme sofre de alguns problemas, começando pelo visão exagerada e antagónica da Rússia por parte dos americanos e acabando no quase nulo desenvolvimento da personalidade de Drago.

Nesta sequela de Creed, isso é resolvido. É dada uma personalidade mais humana a Ivan Drago e ao seu filho, Viktor Drago, que aqui assume um lugar de maior destaque. Tal como no primeiro ‘Creed’, este filme segue a história de Adonis Creed e Bianca, complementada pelo passado de Rocky Balboa e de Apollo Creed. Mas nesta nova iteração há a acrescentar os arcos narrativos dos Drago, seguindo a mesma dicotomia de presente vs passado, em que através de um grande respeito à história da saga, nenhuma personagem ou diálogo parece uma desculpa esfarrapada para inserir momentos nostálgicos na película.

Em ‘Creed II’ Adonis é confrontado pelo filho (Viktor Drago) do homem (Ivan) que matou o seu pai (Apollo Creed) no ringue. Uma situação que tem assombrado Rocky por este não ter atirado a toalha para dentro do ringue e terminado o combate antes de acontecer o que aconteceu. Seria fácil basear o filme nesta história de vingança e obter um sucesso grande nas bilheteiras, mas ‘Creed II’ não fica por aí. Desenvolve a personagem de Adonis e o futuro que está a construir com a sua companheira Bianca, enquanto enfrenta os problemas e demónios que o atormentam, enquanto que com o desenrolar da película, vamos percebendo que Viktor não é exactamente o demónio que esperaríamos que fosse, ao ter sido criado no ódio pelo seu pai Ivan.

Enquanto essa história principal decorre, somos brindados com os mais que prováveis últimos momentos de Rocky Balboa no grande ecrã. Neste filme, já depois de ter superado a sua doença descoberta no filme anterior, Rocky tenta-se aproximar do seu filho, com o qual não tem uma grande relação. Bianca, por seu lado, tenta também superar as limitações da audição para conseguir singrar no mundo da música. E é aqui nestas duas histórias paralelas que podemos definir como pontos menos positivos de ‘Creed II’. Enquanto que no primeiro filme, a atenção e o argumento foram bem partilhados pelas 3 personagens principais (Adonis, Bianca e Rocky), neste filme isso não é tão palpável. As personagens de Adonis e Viktor são bem desenvolvidas e levam-nos a uma batalha final inesquecível, mas o resto fica aquém. No entanto, isso só demonstra que a saga Creed, se quiser continuar, já não precisa de ir buscar Rocky ou Ivan Drago para ter sucesso…

Outro ponto negativo que poderá ser levantado por quem vir o filme é a falta de originalidade, mas sejamos sinceros, se o filme não tivesse o protagonista a sofrer obstáculos de início, montagens de treino intensas e um final com um combate épico, poderia mesmo pertencer à família ‘Rocky’? Por isso, se não gostam da estrutura dos filmes da saga e dos filmes de boxe em geral, então poderão ter dificuldade em aceitar esse facto. Sem querer estragar mais a experiência de visionamento do filme, só posso recomendá-lo que o vejam e depois digam se concordam comigo ou não.

Por isto tudo, apesar de não achar que tenha sido o melhor filme do ano, foi dos filmes que mais mexeram comigo neste ano e mesmo vários dias após o visionamento não me sai da cabeça a forma como o realizador Steven Caple Jr. conseguiu atingir todos os objectivos a que ‘Creed II’ se propôs, e ainda conseguiu oferecer algo nunca antes visto na saga: humanizar os dois lados da batalha. Não fossem os pontos negativos e a repetição (que pode afectar a percepção do filme de muita boa gente) e poderíamos estar perante um sério candidato a filme do ano. Uma saga com mais de 40 anos e 8 filmes, e ainda tem obras cinematográficas de qualidade. É obra!

 

 

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