Clint Eastwood está de volta aos cinemas enquanto ator e realizador, depois do fracasso do seu último filme “15:17 Destino Paris”, lançado há quase um ano atrás. Desta vez, apresenta-nos “Correio de Droga”, no qual ele é o protagonista Earl Stone.
A trama acompanha Earl, um antigo soldado da Segunda Guerra Mundial que atualmente é um agricultor falido e solitário. Depois da falência da sua empresa, é-lhe proposto um trabalho em que ele apenas terá de conduzir e transportar encomendas. No entanto, Earl acaba por se ver numa situação de controlo por parte de um cartel de droga mexicano, o que o coloca em perigo. Ao mesmo tempo, porém, o próprio cartel deixa de ser o único a controlar os movimentos de Earl, pois este chamou as atenções de Colin Bates, um agente da DEA, que parte então numa busca para encontrar o famoso “correio de droga” que já entregou tantas encomendas.
Depois de vermos o trailer deste filme, ficamos a pensar que vamos ter bons momentos de ação. No entanto, poucos momentos desses temos. Este é um filme bastante calmo, no geral. Mesmo os momentos de perseguições (se assim lhes podemos chamar) são lentos.
Apesar de nos sentirmos um tanto enganados, rapidamente conseguimos adaptar-nos ao ritmo do filme e começamos a simpatizar com Earl Stone, especialmente porque grande parte do filme é dedicada às suas viagens, nas quais o vemos a cantar as músicas que vão passando na rádio. Depois temos também os momentos familiares, que aumentam ainda mais a nossa empatia por Earl e o resultado é que começamos a gostar do que estamos a ver porque já sentimos uma grande aproximação com o protagonista.
Este filme traz-nos novamente um tema que já é recorrente em alguns filmes realizados por Clint Eastwood: o homem solitário que foi rejeitado pelos que lhe são próximos. Já vimos isso em “Million Dollar Baby” e em “Gran Torino”, por exemplo. A diferença é que esses filmes apresentam esse homem com motivos mais sólidos para as suas ações. Aqui apenas temos um homem que se quer aproximar da sua família, mas que não entende o quão simples isso é – ou seja, não precisava minimamente de fazer as suas viagens para entregar as suas encomendas.
Já no que toca a interpretações por parte dos atores, é difícil referir alguém para além de Clint Eastwood, pois de facto é ele que sustenta todo o filme, sendo que às vezes até é um pouco difícil reconhecer os membros do cartel e os membros da sua família não aparecem vezes suficientes para termos alguma opinião sobre eles.
O resultado de “Correio de Droga” é um filme que vai buscar alguns elementos típicos das realizações de Clint Eastwood. No entanto, apresenta um plot demasiado simplificado e com pouco conteúdo. Ainda assim, é inevitável dizer que Clint Eastwood está novamente excelente e este certamente vai ser um filme que vai agradar a muita gente, em grande parte devido à sua personagem.