“Alita: Anjo de Combate” é uma das estreias mais aguardadas deste mês e talvez também um dos filmes mais aguardados do ano, depois de nos ter apresentado trailers incríveis (especialmente para quem teve a oportunidade de os ver a passar em sessões de IMAX). O filme é baseado num mangá com o mesmo nome, que por acaso é uma das obras favoritas de James Cameron, que finalmente a conseguiu levar para o grande ecrã, ainda que não a tenha realizado e tenha passado esse papel a Robert Rodriguez.
O filme apresenta-nos, então, Alita, uma ciborgue que é descoberta por um cientista que a repara. Ela não se lembra de nada, mas é uma excelente lutadora de artes marciais. Depois de descobrir as suas habilidades, torna-se caçadora de recompensas e vai começando a recordar o seu passado e a descobrir quem realmente é.
Claro que a primeira coisa que nos salta à vista neste filme é Alita e os seus olhos gigantes que a tornam ainda menos humana. No entanto, passado poucos minutos de filme ficamos rendidos à personagem, às suas ações, independência e, basicamente, a tudo o que ela faz ou diz. Alita é o centro do filme e tudo gira à sua volta. Mesmo assim, muitas personagens secundárias conseguem fazer-se salientar, ainda que isso não seja o caso do vilão do filme, que é bastante fraco.
Visualmente, o filme é extraordinário, com grandes efeitos, especialmente nas zonas de luta ou nas corridas do Motorball (nas quais Alita se inscreve). Até a própria cidade (e as suas paisagens) foi construída de um modo bastante minucioso, que torna tudo incrível no grande ecrã (especialmente quando temos a oportunidade de ver em 3D ou IMAX).
O grande problema do filme é que no final fica a pedir mais. Percebe-se que foi construído a pensar numa sequela, então tem muitas pontas soltas. Existe muito que não percebemos, como, por exemplo, os motivos do vilão, quem ele verdadeiramente é, qual é o problema dele com Alita, etc… De facto, o próprio passado da personagem principal fica muito por explorar e o final é apressado e parece caído dos céus, quando menos esperamos.
No final, ficamos apenas a rezar para que em breve seja anunciada uma sequela, porque queremos conhecer melhor Alita e o seu universo e este filme deixa-nos com água na boca para mais. “Alita: Anjo de Combate” é um daqueles filmes em que nem damos pelo tempo a passar, porque nos leva a mergulhar diretamente na ação, rodeados por uma fantástica banda sonora que torna tudo ainda mais empolgante.