Miguel Ângelo 
“Amor de Improviso” é a adaptação cinematográfica da história verídica de Kumail Nanjiani, actor e personagem principal do filme, realizado por Michael Showalter. Uma história de amor verdadeira, contada em comédia romântica, que não se leva muito a sério, não indo muito mais para além disso.
O facto de Kumail Nanjiani fazer de ele mesmo permite uma grande aproximação aos factos verídicos. Avaliar filmes baseados em histórias reais é sempre complicado, mas é importante entender que nem todas as histórias resultam no grande ecrã.
Existem sequências que, apesar de serem ou não fiéis à realidade, não têm grande contributo para o desenvolvimento do enredo, servindo apenas para o arrastar. Várias são as partes em que o desenlace parece próximo, mas rapidamente é acrescentado algo mais para o adiar. Há também algumas sequências de suspensão do enredo principal, com o intuito de aproximação de certas personagens, que são exageradamente longas.
Em relação ao humor, o filme tem de facto partes que conseguem tirar algumas gargalhadas do público, mas tem também momentos em que o humor não funciona tão bem, havendo silêncio em vez de risos. Em compensação, o filme não se leva muito a sério, nem tenta ser o que não é. Apesar de todos os defeitos, é impossível dizer que este não é um filme divertido.
No que toca à componente visual, a estética assume desde início que se trata de um história verídica. A fotografia em conjunto com os diálogos quase atribuem por momentos um lado documental ao filme, ajudando a aproximá-lo do real. No entanto, nada mais há de interessante a nível estético ou técnico.
“Amor de Improviso” é uma comédia romântica que por vezes é engraçada, e noutras apenas tenta sê-lo. Há momentos em que o filme perde o próprio rumo, acabando o enredo por ser arrastado e o filme desnecessariamente longo. Ao mesmo tempo, não é um filme para se levar muito a sério. É inegável que este é leve e divertido, mas não vai para além disso.
