A continuação da trilogia original de Crash Bandicoot chega-nos pelas mãos da Toys For Bob, e após 22 anos podemos dizer sem receio algum: O Crash está de volta!
Quando Crash Team Racing foi lançado para a Playstation 1 em 1999, Crash Bandicoot já era a figura da consola da Sony e a Playstation 1 tinha dominado por completo a quinta geração de consolas, vendendo mais de 100 milhões de consolas. Por isso, poucos imaginariam a travessia do deserto que a personagem teria de percorrer até voltar a ser relevante. Travessia essa que aconteceu devido à saída da Naughty Dog como developer dos jogos relacionados com o universo de Crash.
E sim, Crash Bandicoot, depois dos remakes da trilogia original de CTR, voltou a ser importante no mundo dos videojogos, e agora Crash Bandicoot 4: It’s About Time veio reafirmar ainda mais essa posição. Esse regresso deve-se não só à qualidade dos novos jogos, mas sim também devido à melhor compreensão por parte da Activision sobre o que é o Crash e porque é que foi tão importante num mundo antes dominado por Sonic e Mario. (Exemplo: A publicidade em baixo)
Depois de um bom regresso com os remakes, era evidente que iríamos receber uma nova iteração na série. Quem a iria desenvolver era uma dúvida, mas neste ano ficámos a saber que a Toys For Bob (estúdio responsável pelos remakes do “colega” Spyro) e que o novo jogo seria uma continuação directa da trilogia feita pela Naughty Dog.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time chegou-nos às mãos no final da semana passada, e posso garantir que este fim-de-semana foi nostálgico. Foi um reavivar de memórias diferente, pois o que estava a experienciar era algo novo, mas no qual sentia uma familiaridade boa. A Toys for Bob conseguiu recriar esse sentimento clássico de Crash, e era tudo o que eu pedia neste novo título. Mas a produtora acabou por oferecer bem mais que isso.
Em Crash Bandicoot 4: It’s About Time revemos novamente Crash, relaxado a pensar que não iria ter problemas de maior em N. Sanity Island após ter derrotado Neo Cortex, N. Tropy e Uka Uka em Warped, mas como é óbvio não é bem assim. Os vilões conseguiram abrir um buraco temporal (sim, o subtítulo do jogo relaciona-se com a história do mesmo) e espacial, conseguindo agora comunicar criar um exército maléfico, usando todas as possibilidade no multiverso. Aku Aku, ao sentir esse distúrbio temporal e espacial, alerta Crash para o que sente e acabam ambos por dar de caros com Lani-Loli, uma das quatro Quantum Masks, o que faz com que Aku Aku perceba o que está a acontecer, visto que estas máscaras apenas aparecem quando existem distúrbios no multiverso.
Partimos daqui para uma história que consegue integrar-se bem no universo do marsupial, e que embora não seja marcante, é o suficiente para embarcarmos juntos nesta aventura. Uma aventura que é a principal razão para se jogar este jogo, pois tudo se baseia lá. Ao iniciarmos o jogo temos duas hipóteses: o modo campanha ou o Bandicoot Battle, que é um modo multiplayer local em que podemos jogar com mais 3 amigos e ver quem termina primeiro o nível ou quem parte mais caixas. É um modo simples que junta mais horas de diversão em família ou com amigos ao pacote de Crash Bandicoot 4, e que se junta à possibilidade do Pass N’ Play na campanha, em que podemos tentar passar os niveís com ajuda dos nossos amigos ou familiares ao lado.
Mas como disse, é na campanha que o jogo se baseia e se destaca. Crash Bandicoot 4: It’s About Time oferece 43 novos níveis principais enquadrados em 10 dimensões que recheiam o jogo com a variedade característica de um jogo da série. Nestas dimensões deparamo-nos com diferentes ecosistemas e ambientes que vão desde o tempo pré-histórico até ao ano futuro de 3032 na The Sn@xx Dimension. Esta variedade faz com que cada nível seja absolutamente único. E isso acontece não só pelos cenários e por tudo o que os circunda, mas também pela jogabilidade e pelas plataformas que cada nível apresenta.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time consegue recriar a sensação de se jogar um nível clássico de Crash enquanto oferece artifícios inéditos na jogabilidade, falando principalmente dos poderes que as Quantum Masks brindam Crash e Coco. Estas máscaras, que são encontradas ao longo das dimensões, ajudam os nossos protagonistas a derrotar os vilões e a recuperar a estabilidade no multiverso.
Para além das máscaras, também vamos reencontrando velhos amigos (e/ou inimigos) pela nossa aventura e com os quais poderemos jogar, como é o caso de Tawna Bandicoot (a namorada de Crash no primeiro jogo) ou até Dingodile. Depois de um nível com cada uma destas personagens, podemos reviver outros níveis mas jogando com estas personagens que se controlam de forma totalmente diferente, mas igualmente divertida.
Os mundos que encontramos em Crash Bandicoot 4 são extremamente coloridos e os responsáveis pela direcção de arte deste jogo estão excepcionalmente de parabéns. Não posso dizer o mesmo da banda-sonora do jogo. Tendo algumas músicas interessantes (remixando em muitos casos as músicas da trilogia original), a verdade é que a banda-sonora passa um pouco ao lado, exceptuando num ou noutro caso (por exemplo no nível inspirado no Mardi Gras). O voice acting por outro lado continua magnífico, e contribui muito para o carisma que estas personagens emanam.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time tem muito mais conteúdo do que os 43 níveis podem aparentar. Se quiserem conhecer toda a história principal, poderão precisar entre 6 a 8 horas para acabar o jogo. Mas quem gosta da série irá tentar certamente chegar aos 100% (e até mais) do jogo. E aí Crash Bandicoot 4 oferece muitos desafios, demasiados até. Ora então, para conseguirmos completar totalmente cada um dos 43 níveis principais temos de:
- Partir todas as caixas;
- Apanhar 80 % das Wumpa;
- Encontrar o diamante escondido no nível;
- Morrer até no máximo 3 vezes;
- Fazer tudo novamente, mas em N. Verted Mode;
- Tentar alcançar a Platinum Time Relic no Time Trial.
Sim, terão de passar cada nível no mínimo 3 vezes, e nenhum dos níveis é fácil, portanto poderão contar que irão gastar várias dezenas das vossas horas a tentar chegar à tão desejada Platina. Crash Bandicoot 4: It’s About Time reinvigora a série com novidades que se integram muito bem na jogabilidade de Crash, mas mantém toda a sua essência. Referir que o jogo não acaba aí, pois ainda é possível jogar níveis Flashback que nos levam aos anos 90 e ao laboratório de Cortex.
As batalhas com os bosses é que continuam a ficar aquém da dificuldade que encontramos nos níveis anteriores a essas batalhas, imitando até o que acontecia na trilogia original. No entanto, as lutas com os bosses em Crash Bandicoot 4 chegam a ser mais longas e mais memoráveis do que muitas das presentes nos jogos da Playstation 1, mas continuam aqui a não ser o maior desafio à paciência dos jogadores.
Mentiria se dissesse que esperava um trabalho tão bom por um estúdio que não a Naughty Dog em termos de uma sequela à magnífica trilogia original de Crash Bandicoot na Playstation 1. Mas a Toys For Bob consegue fazer o que eu pensava ser impossível. Crash Bandicoot 4: It’s About Time marca o regresso da jogabilidade clássica implementada originalmente pela Naughty Dog, recheada de novas características que fazem com que este jogo seja inegavelmente um jogo da actualidade. Se gostam de Crash, vão ter aqui um jogo para vos ocupar e deleitar durante várias dezenas de horas. E sim, é um jogo difícil, principalmente para quem quer completar o jogo a 100%. Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um jogo essencial para quem gosta de plataformas.
Crash Bandicoot 4: It's About Time (Playstation 4) | Análise Gaming
A continuação da trilogia original de Crash Bandicoot chega-nos pelas mãos da Toys For Bob, e após 22 anos podemos dizer sem receio algum: O Crash está de volta!
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4.5