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Comunicado Patrick-Peters Maio 2014

Comunicado Patrick-Peters Maio 2014

By [email protected] (crónicas azuis)

CRÓNICAS AZUIS RECEBEU ESTE COMUNICADO E DIVULGA ASSIM ESTA CARTA DE DOIS ASSOCIADOS DO BELENENSES – O BLOGUE ESTÁ SEMPRE DISPONÍVEL PARA DIVULGAR A VIDA D’ OS BELENENSES

Caros Amigos e Sócios do Clube de Futebol “Os Belenenses”

Tomamos conhecimento no passado Domingo de que a consócia belenense Dra. Ana Caio tinha intentado uma acção em Tribunal em que eram Réus o Clube de Futebol “Os Belenenses”, a Codecity e a Belenenses SAD e que teria indicado um conjunto de 10 testemunhas sendo que nesse rol constava o nosso nome.

Fomos também informados de que nesse rol de testemunhas figuravam actuais e antigos membros da Direcção do Clube, o actual Presidente da Mesa da Assembleia Geral e mais uma série de outros sócios do Clube.

Há dois dias atrás, um mero sócio do Belenenses, como de resto também é o nosso caso, publicou no Facebook a Acção de Processo Comum intentada pela consócia e que corre termos na 5ª Vara Cível de Lisboa.

Por essa via confirmamos, oficialmente, que o nosso nome, embora abreviado, constava do rol de testemunhas arroladas.

Na vida só temos o nosso nome e a nossa cara.

Nada mais.

Por isso, sentimos que neste momento devemos transmitir a nossa opinião a todos os sócios e amigos do Clube de Futebol “Os Belenenses” que ainda vivem e se interessam pela vida do nosso Clube e a todos aqueles que sentem a necessidade de que no próximo mês de Outubro haja uma real, tranquila e cabal discussão sobre aquilo que pretendemos para os próximos anos de vida do nosso Clube.

Por isso, aproveitamos agora para falar de vários temas ligados à vida do nosso querido Clube.

SOBRE A ACÇÃO JUDICIAL INTERPOSTA PELA CONSÓCIA E SOBRE A VENDA DA MAIORIA DO CAPITAL DA SAD

1º – Não tinhamos, até domingo passado, qualquer conhecimento desta acção judicial.

2º – Nunca falamos com a consócia sobre este assunto, ela nunca nos pediu qualquer opinião e tão pouco nos pediu autorização, ou sequer informou, de que o nosso nome figuraria como testemunhas (de resto, isto mesmo já foi confirmado pela Autora relativamente a nós e a todas as outras testemunhas arroladas)

3º – Não queremos discutir agora o mérito, ou falta dele, da acção nem tão pouco o impacto que ela poderá ter na vida futura do Clube e da SAD.

4º – O que é certo é que não nos revemos no facto do Clube de Futebol “Os Belenenses” aparecer no processo com a figura processual de Réu.

5º – Também não nos conformamos que um sócio, fosse ele qual fosse, tivesse indicado o nosso nome como testemunha, num processo deste melindre e deste alcance, sem nos ter sequer consultado.

6º – Aliás, seria absolutamente impossível, que aceitássemos ser arrolados como testemunhas da Autora num processo judicial que tem como um dos Réus o nosso Clube.

7º – O Réu nunca poderia ser, na nossa opinião, o Clube de Futebol “Os Belenenses”, a haver réus teriam que ser outros e nunca o nosso Clube.

8º – Estivemos presentes na AG de 4 de Novembro de 2012 e todos sabem qual é o nosso pensamento sobre as condições em que a AG decorreu e sobre as autorizações que foram e não foram concedidas à Direcção.

9º – Por essa razão, não nos revemos nos termos gerais desta Acção Judicial embora reconheçamos o exemplo de coragem deixado pela consócia Ana Caio e até a qualidade técnica muito acima da média da acção intentada.

10º – Aliás, se tudo isto que afirmamos é verdade também não é menos verdade que se alguém tem razões mais do que suficientes para não estar surpreendido com esta acção judicial é a Direcção do Clube e em especial os senhores dirigentes que assinaram os vários Contratos e Acordos com a Codecity em representação do Clube.

11º – Na nossa opinião a Venda/Entrega da SAD foi realizada sem mandato, de uma forma enviusada, opaca e pouco transparente.

12º – A mesma acabou feita ao abrigo de cláusulas de confidencialidade que os Estatutos do Clube proibem e sem a necessária e imprescindivel informação e votação dos sócios.

13º – Ninguém naquela AG conhecia, por exemplo, os valores envolvidos, as condições de pagamento, os prazos de recompra, as condições de cedência da marca, do simbolo e do estádio.

14º – Importa lembrar a todos que ninguém é Presidente do Belenenses.

15º – Porventura está-se, momentaneamente, como Presidente do Belenenses, o que é bem diferente.

16º – A uma Direcção do Belenenses pede-se, tal como à mulher de César, não só que seja séria mas também que o pareça.

17 º – O Belenenses é dos sócios e portanto, em cada momento, a Direcção em funções deverá ter a preocupação de tudo fazer para concretizar negócios transparentes e com informação aos sócios.

18º – Até, como é lógico, para própria defesa do bom nome dos integrantes da Direcção.

19º – É isto que manda o bom senso e é isto que qualquer belenense percebe.

20º – Não foi esse o caminho escolhido pela Direcção no Processo da Venda da SAD.

21º – No entanto, se é verdade que a Codecity entrou de forma muito pouco, ou mesmo nada, transparente na Belenenses SAD, também

não é menos verdade que fez, no plano desportivo, um trabalho meritório durante a época 2012/13 que foi, de resto, coroado com a subida à I Liga.

22º – Por outro lado, resulta mais ao menos claro, que a Codecity resolveu alguns problemas financeiros preementes da SAD.

23º – Já esta época de 2013/14 as coisas correram mal.

24º – A época desportiva foi sofrível e percebe-se que a SAD e o Grupo de Investidores têm uma capacidade financeira muito limitada.

25º – Por outras palavras, a SAD limita-se a gerir com as parcas receitas existentes não evidenciado “músculo financeiro” para guindar a nossa equipa de futebol profissional a outro patamar que não seja o da luta desesperada pela permanência na I liga até ao ultimo minuto do Campeonato.

26º – De resto, para a próxima época e tal como foi recentemente afirmado pelo Presidente da SAD projecta-se exactamente o mesmo cenário: gerir com as receitas existentes havendo zero de investimento por parte do Grupo de Investidores.

27º – Mas nesta relação entre o Clube e a SAD (Codecity) não nos podemos esquecer que foi o actual Presidente da Direcção do Clube que optou e escolheu esta relação.

28º – Como foi público os outros dois administradores da SAD, à data dos factos, afirmaram publicamente que tinham outra alternativa numa situação que contemplava uma Parceria na Gestão do Futebol Profissional (cenário defendido pelo Presidente do Clube durante a campanha eleitoral das penúltimas eleições) mas que foi recusada liminarmente pelo Presidente da Direcção.

29º – Isto para concluir duas coisas:

a) não faz sentido nenhum que seja o Presidente da Direcção responsável pela entrada da Codecity na SAD que esteja agora de costas voltadas para a SAD e para a Codecity;

b) não faz sentido nenhum que o Clube não mantenha uma ponte de comunicação aberta com a SAD até porque, como se sabe, um não pode viver sem o outro.

30º – Dito de outra forma, deixamos uma questão: que ganha o Clube em entrar em Guerra com a SAD e com a Codecity se não tiver uma alternativa válida, intramuros ou extramuros, que garante o ressarcimento dessa empresa relativamente ao Investimento que fez?

31º – Não vale a pena lutar com uma mão vazia e outra cheia de nada.

32º – O que vale a pena é o Clube e a SAD estreitarem relações e negociarem um novo Acordo Parassocial que melhor defenda os superiores interesses do Clube.

33º – O que faz sentido é o Clube ter, por exemplo, forma de ir recomprando pequenas participações sociais na SAD com vista a ir engordando a sua participação ao invés de a emagrecer.

34º – Para isso, Clube e SAD não podem estar de costas voltadas.

SOBRE O PROJECTO “CIDADE BELENENSES” E O THE

EDGE GROUP

35º – A Direcção, nesta matéria, apresta-se para tentar cometer exactamente o mesmo erro que cometeu na Venda da Maioria do Capital da SAD sendo que nesta questão da Cidade Desportiva comete logo à cabeça um pecado capital: não há uma única palavra sobre o PROJECTO DESPORTIVO que terá que dar suporte a um projecto desta natureza.

Por momentos toda a gente se esqueceu que somos um Clube Desportivo onde, claro está, se pratica desporto através de várias modalidades: Futebol, Futsal, Rugby, Andebol, Voleibol, Atletismo e Basquetebol para falar apenas das mais emblemáticas.

36ª – Se as coisas avançassem e a actual Direcção viesse a ganhar as eleições em Outubro provavelmente, dentro de meses, Clube e Edge Group também estariam de costas voltadas e não se falariam.

37º – Dando de barato que este projecto não passa de pura campanha eleitoral, na medida, em que na CM Lisboa não entrou qualquer PIP e

o que estava a correr os seus trâmites foi abandonado pela Direcção, importa dizer que se este projecto que está consubstanciado no chamado Memorandum de Entendimento avançasse seria péssimo para o nosso Clube.

38º Em traços muito gerais é proposto o seguinte:

a) direito de superfície da única matriz existente atribuido à Edge Properties por um período de 50 anos renovados automaticamente por periodos sucessivos de 50 anos;

b) Edge Properties pode hipotecar esse direito de superfície sobre a matriz para obter financiamento bancário para a construção, ou seja, pode financiar-se através dos nossos próprios terrenos;

c) o clube recebe uma renda mensal de 70 mil euros (correspondente a 20% do total das rendas previstas) , uma media por m2 surreal face aos actuais valores de Mercado apontados pelas principais empresas de Consultoria Imobilária em Portugal, sendo certo que à luz deste Memorandum este valor não tem qualquer valor de correcção, nem mesmo atende à taxa de inflação ao longo da vigência dos 50 anos de contrato;

d) a esta renda ter-se-á de descontar o valor que vier a ser definido como aluguer do Pavilhão, das Piscinas e dos campos de futebol, pois a utilização dessas infra estrutura por parte do Belenenses e dos seus sócios terá de ser paga à Edge Properties (no limite, e por rídiculo, a renda poderia ser de 70 mil euros e o Clube passaria a receber zero);

e) se o Edge Group emprestar dinheiro ao Belenenses para pagar antecipadamente dívidas negociadas do PER esses empréstimos serão não só descontado nas rendas mas o Edge Group terá igualmente direito a uma comissão sobre o benefício resultante;

f) Se o Edge Group falhar a construção de algum equipamento a única penalização que sofreria seria o projecto poder ser desenvolvido pelo Clube ou este encontrar um novo parceiro para o implementar (no limite podem, por exemplo, demolir o Pavilhão e depois recusarem-se a construir um novo).

g) O Clube no Memorandum de Entendimento apresentado nem sequer assegura uma coisa básica e que qualquer aluno da escola primária percebe: então, depois do Edge Group assegurar o retorno do seu Investimento (estima-se que entre 17 a 20 anos) continua este a receber o equivalente a 80% do valor das rendas??? Não se deveria negociar já que a partir desse momento, pelo menos, o valor das rendas passasse a ser repartido por Clube e Investidor?

39º – Concluindo: este negócio para o Edge Group seria brilhante.

40º – Atrevemo-nos a dizer que seria o negócio do século.

41º – Qual seria o risco do Edge Group?

42º O Edge Group receberia 80% do valor das rendas dos equipamentos edificados nos nossos terrenos tendo investido o capital resultante em grande medida de uma hipoteca sobre os nossos próprios terrenos ?!?!

43º – Seria, de facto, brilhante!

44º – Mas a questão é: neste contexto para que precisamos nós do Edge Group?

45º – Estamos convencidos que uma coisa destas não teria chances de passar numa AG, para mais com a necessidade de uma maioria de 2/3.

46º – Mas perguntam- nos os nossos caros consócios: “Mas então não é necessário avançar-se com um Projecto de Requalificação do Complexo?” e em caso afirmativo “Como deveria actuar a Direcção do Clube”?

47º – É óbvio que precisamos de uma Requalificação do Complexo mas tendo sempre como “pano de fundo” um PROJECTO DESPORTIVO.

48ª O principal trabalho a desenvolver na fase inicial é ter a CM Lisboa envolvida no projecto desde a fase inicial e sabermos o que queremos para o Complexo.

49ª – Não vale a pena “pormos a carroça à frente dos bois”

50º – Quem estiver em funções na Direcção num processo com esta dimensão e importância deve actuar de forma transparente e clara e dentro do maior respeito pelo cumprimento dos Estatutos do Clube.

51º – A Direcção em funções deverá abrir um Concurso de Ideias a Arquitectos que funcionará até como forma de pressão e sensibilização junto da CM Lisboa.

52º – Deve, de seguida, promover um Concurso Internacional aberto a Promotores Imobiliários de todas as latitudes com prazos bem definidos no tempo.

53º – Temos a certeza absoluta de que aparecerão vários candidatos nacionais e internacionais.

54º – E perante isto todos os belenenses percebem, inclusive os membros da actual Direcção, que dentro de um quadro normal de concorrência o Clube terá a capacidade de fazer um negócio muito melhor do que aquele que resulta de um qualquer Ajuste Directo com um só concorrente como é esta tentativa junto do Edge Group ou de outro qualquer Edge Group.

55º – Para além disso, como todos sabem, um ajuste directo origina sempre suspeitas que quem dirige uma Instituição com a força social do nosso Clube deve sempre tudo fazer para afastar.

56 º Por fim, as propostas recebidas devem ser votadas numa AG de sócios mas, numa matéria desta transcendência para a vida do Clube, a votação terá que ser feita em urna fechada e não através do tradicional braço no ar.

57º – Os sócios terão que ter obrigatoriamente acesso a todos os detalhes de todos os Promotores concorrentes e deverão votar de forma secreta e universal depois de meditarem e reflectirem seriamente sobre o destino a dar ao “coração” do nosso Clube.

58º – Todos os sócios ficam desde já a saber que é assim que defendemos que este Processo da Requalificação do nosso Complexo Desportivo deve ser conduzido.

Por fim, queremos expressar o nosso lamento pelo facto de a actual Direcção ter conduzido o Clube no sentido de ninguém falar com ninguém e de se viver um autêntico clima de guerrilha Institucional:

Clube contra SAD; SAD contra Clube; Sócios contra o Clube; Sócios contra a SAD; Sócios contra Sócios;

Presidente da Direcção contra Presidente da Mesa da Assembleia Geral;

Não podemos continuar assim.

Deixamos uma última sugestão à Direcção do Clube:

Havendo eleições em Outubro não queiram tomar decisões, em cima do joelho, que comprometam a estratégia do Clube para além do vosso mandato, muito menos no que diz respeito ao nosso Património Imobiliário;

Por favor, não antecipem mais receitas que foi o que sempre criticaram nos outros e que entretanto já fizeram, pelo menos por duas vezes, com Contratos de Mútuo celebrados com a Casa da Sorte.

Em Outubro, com serenidade, sem alarmismos, com todo o espírito democrático, vamos ouvir as diferentes propostas e vamos acreditar que o Clube vai ter capacidade para ultrapassar todos os problemas como de resto sempre conseguiu fazer ao longo da sua mítica história de quase 100 anos.

Viva o Clube de Futebol “Os Belenenses”!

Lisboa, 30 de Maio de 2014

Patrick Morais de Carvalho ( Sócio nº 6406 ) Paulo Peters ( Sócio nº 2869 )

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Fonte: Crónicas Azuis

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