Ontem, em entrevista concedida ao programa Quinta da Bola, na A Bola TV, o Senhor Director Executivo da Belenenses Futebol SAD e sócio gerente da Codecity, decidiu proferir diversas mentiras grosseiras. Como as mesmas têm por objeto assuntos que dizem respeito ao CF Belenenses e constituem uma intromissão na vida do Clube, a Direcção do CF Belenenses decidiu apresentar um esclarecimento aos seus associados e ao país desportivo.
Convém lembrar que, no final do passado dia 2 de Fevereiro (véspera da Assembleia Geral Extraordinária da CF Belenenses), este mesmo protagonista tentou condicionar, através do medo, o sentido de voto dos sócios do Belenenses para o dia seguinte. Como essa tentativa ficou completamente frustrada por uma votação expressiva, tendo os sócios dado uma lição de vontade e de independência, as declarações de ontem consistiram numa continuação do mesmo projeto, ou seja, da procura incessante em condicionar as acções e as convicções dos sócios do Belenenses, criando confusão, apreensão e medo, para além de visar pessoalmente os membros dos órgãos sociais que servem o CF Belenenses.
Agora, lançou a sua mão sobre um litígio que opõe o CF Belenenses e o BANIF, em resultado de uma dívida de 5 milhões de euros contraída em 2007, montante que, acto contínuo, foi inteiramente injectado na Belenenses SAD.
Este assunto não é secreto: é bem conhecido dos sócios e sempre foi transparentemente falado pela Direcção nas Assembleias Gerais e quando se dirige aos sócios – ver, a título de exemplo, www.osbelenenses.com/2018/01/mensagem-de-ano-novo-de-patrick-morais-de-carvalho-presidente-do-cfb, a partir do minuto 5:20.
Tendo também sido herdado por esta Direcção, esta tem-se dedicado a procurar soluções para um complexo problema (que ficou ainda mais confuso pela medida de resolução aplicada ao BANIF e a transmissão do crédito para a Oitante).
Como sempre faz, a Direcção defende os interesses de longo prazo do CF Belenenses e discorda do pagamento de montantes que não são totalmente devidos, porque não foram cumpridos compromissos que estavam inseridos nos contratos assinados no momento do financiamento.
Por isso, vencemos na 1ª Instância e no Tribunal da Relação a acção de insolvência que nos foi movida pela Oitante, o que não deixa de ser uma prova cabal da solvência do CF Belenenses.
Também por isso, o CF Belenenses contestou a penhora que lhe foi movida pela Oitante em resposta à vitória que tivemos na acção de insolvência. Como a Codecity e a Belenenses SAD sabem, muitíssimo melhor que o CF Belenenses, a existência de um processo executivo e de uma penhora não significa que o executado esteja insolvente ou que não tenha razão.
Tudo isto insere-se na estratégia normal de pressão da Oitante sobre o CF Belenenses; onde agora se juntam a Codecity e a Belenenses SAD.
A pendência deste assunto apenas significa que o trabalho da Direcção continua a ser feito. Nenhum tribunal executará a venda do complexo desportivo do Restelo, porque existem fortes razões jurídicas que suportam a posição assumida pelo CF Belenenses e porque o seu valor é muito superior à dívida que é reclamada.
Não satisfeito, o protagonista em causa juntou outras mentiras graves, dizendo que esta Direcção “colocou à venda no Facebook 8 mil metros quadrados para construir prédios e supermercados”, insinuou que não teriam sido apresentadas propostas e, embalado, disse que a intenção da Direcção é afastar a equipa de futebol do Estádio do Restelo para “construir lá prédios”.
É completamente falso que o Estádio do Restelo esteja a ser vendido.
O ESTÁDIO DO RESTELO NUNCA SERÁ VENDIDO E OS SÓCIOS DO CLUBE NUNCA VOTARIAM FAVORAVELMENTE UMA DECISÃO DESSAS.
E NUNCA A CML AUTORIZARIA QUE SE CONSTRUISSEM PRÉDIOS NO COMPLEXO DO RESTELO, MUITO MENOS NO ESTÁDIO DO RESTELO.
Não entendemos o que pode estar por trás das afirmações falsas que foram produzidas, ou percebemos, mas deixamos à melhor interpretação dos sócios do CF Belenenses.
Todos sabemos que, em 2016, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou um PIP para o Complexo Desportivo do Restelo, o qual contém 11 parcelas. Uma dessas parcelas, mais concretamente a parcela n.º 5 (área de implantação: 5400 m2; área de construção: os ditos 8000 m2), está destinada, de acordo com as regras urbanísticas, à construção de uma superfície comercial, não podendo ser afeta a qualquer outra utilização. Isso valoriza o Estádio do Restelo, o património do CF Belenenses e a sua capacidade de gerar receitas correntes para suportar as suas actividades.
Em consonância, foi lançado um concurso público para a cedência do uso (não da propriedade) sobre essa parcela, durante 50 anos, recebendo o CF Belenenses importantes quantias no início, uma renda mensal e as benfeitorias no final do contrato. Como bem se devem lembrar, ainda no passado dia 3 de fevereiro, na Assembleia Geral, foi feito um ponto de situação e todos foram informados que, a pedido de um dos concorrentes, o prazo de entrega de propostas foi prolongado até ao dia 21 de fevereiro.
Como foi fácil de perceber e muito bem referiram os entrevistadores, tudo isto não passam de manobras utilizadas pelo protagonista da entrevista de ontem, para distrair do essencial que foi claramente posto em cima da mesa pelos sócios do CF Belenenses. O mesmo parece estar bastante interessado em condicionar o funcionamento dos órgãos sociais do CF Belenenses e, enganando-os, mobilizar os sócios a favor dos interesses privados da Codecity que, em última instância, visa eleger uma Direcção que seja conivente consigo e com os seus interesses. Contudo, como vimos assistindo e sentindo, esses interesses pouco ou nada são coincidentes com os do CF Belenenses.
O interesse do referido protagonista não tem sido o da normalização do relacionamento com o CF Belenenses, Clube Fundador da Belenenses SAD, o que é mais uma das tarefas em que os órgãos sociais estão empenhados, como demonstram as decisões da Assembleia Geral Extraordinária de 3 de fevereiro.
Podem sempre contar com esta Direcção para continuar a lutar pela preservação de uma vontade própria dos sócios, para esclarecer com verdade o que se passa na vida do Clube, para executar intrepidamente as decisões dos sócios e para defender intransigentemente os interesses do CF Belenenses.
Temos a honra e a responsabilidade de representar sócios que pensam pela sua cabeça e que não se deixam enganar ou condicionar pelas ingerências promovidas por terceiro, como ficou bem demonstrado na Assembleia Geral Extraordinária do dia 3 de fevereiro de 2018.
O que acima esclarecemos é uma reposição da verdade e não constitui um único recuo ao que foi decidido e que todos os Belenenses pretendem executar: com espírito são, de boa-fé e com garantias e objectividade, o CF Belenenses mostra-se empenhado em abrir negociações imediatas com a Codecity e a Belenenses SAD para permitir que na próxima época desportiva a Belenenses SAD continue a jogar no Estádio do Restelo, casa de todos os Belenenses, e que cumpra o pressuposto básico da sua fundação: ser a equipa dos Belenenses.
Restelo, 9 de Fevereiro de 2018
A Direcção do Clube de Futebol “Os Belenenses”
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