Entramos na última semana do mês e as Festas de Lisboa encerram já este sábado com uma homenagem a António Variações, que este ano faria 75 anos, num concerto inédito com convidados de luxo.
No Jardim da Torre de Belém, a partir das 22h, temos encontro marcado com Ana Bacalhau, Conan Osiris, Lena D’Água, Manuela Azevedo, Paulo Bragança e Selma Uamusse, que interpretarão canções emblemáticas como “Estou além” ou “O Corpo é que paga” como nunca as ouvimos.
A acompanhá-los estará a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o coro Gospel Collective e o acordeonista João Gentil.
Se a sua passagem pelo mundo não tivesse sido fugaz como uma estrela incandescente, este ano António Variações faria 75 anos. Pela sua forma intensa de ser, é impossível imaginar até onde teria chegado. Uma figura ímpar na música portuguesa e um artista profundamente original, que efetuou uma síntese perfeita entre a música popular, o folclore, o fado e o pop/rock internacional, criando um leque de canções que são hoje uma referência da nossa música moderna. O percurso de Variações foi meteórico e efémero, com apenas dois álbuns gravados em vida: “Anjo da Guarda” (1983) e “Dar & Receber “(1984). Mas o seu furor criativo é bem palpável também na coleção de inéditos que deixou (entre gravações caseiras e maquetes), que viriam a dar origem a mais dois discos póstumos: “Estou Além” de Lena d’Água (1989) e “Humanos”, de Humanos (2004). As suas canções são intemporais e têm influenciado várias gerações de artistas, que frequentemente a elas regressam na procura de inspiração e de referências para os seus trabalhos.
Um concerto que promove o encontro entre a simplicidade genial da música de Variações e a diversidade instrumental e riqueza tímbrica de uma orquestra sinfónica. As canções são alvo de uma releitura, tendo por base a orgânica própria da orquestra, mas subvertendo-a e desafiando os seus limites, a ponto de a aproximar da dinâmica de uma banda de rock.
Não há sintetizadores, bateria ou guitarras elétricas, mas a estética exuberante da música de Variações mantém-se e encontra mesmo um novo espaço de afirmação, a partir de uma instrumentação que, embora sendo clássica, é capaz de produzir sonoridades incomuns. Como soará “O Corpo é Que Paga” ao som de fagotes, trompas e violinos? Ou a “Canção de Engate” com oboés, tubas e violoncelos? Venham descobrir. Não deixemos para amanhã o que podemos viver hoje.
Os espectadores serão convidados no Sábado a ouvir 25 canções emblemáticas, entre “Estou além”, “O Corpo é que Paga” ou “Canção de Engate”, como nunca as ouviram antes, dando-lhes uma nova vida e uma sonoridade única com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida pelo maestro Cesário Costa, e arranjos de Filipe Melo, Filipe Raposo e Pedro Moreira.
Com direção artística de Luís Varatojo, António & Variações conta também com a participação do coro Gospel Collective e do acordeonistaJoão Gentil que se juntam no palco para esta grande celebração que fecha com chave de ouro um mês inteiro de Festas em Lisboa