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Antevisão: Se a vingança é um prato que se serve frio, então a Europa quer-se gelada

Antevisão: Se a vingança é um prato que se serve frio, então a Europa quer-se gelada

Para abrir a 30ª jornada da Liga NOS, temos um escaldante Braga vs Belenenses. Escaldante pelo ambiente exterior, porque dentro de campo o que se espera é toda a frieza necessária para servir numa bandeja um prato bem frio com sabor a vingança. A nossa besta negra dos últimos anos, tem de ser domada e que altura melhor se não dando um passo fulcral nas aspirações europeias? Se a vingança é um prato que se serve frio, a Europa quer-se gelada.

O embate de Sexta-feira não será fácil. Não só pelo péssimo pecúlio que temos em jogos disputados na pedreira, nos últimos 10 perdemos 9 e empatámos 1, mas também pela posição cimeira ocupada pelo Braga. O certo é, como o nosso timoneiro fez questão de frisar, as estatísticas não jogam, os números não chutam, os dados não cruzam e a tradição não marca. No dia de amanhã, caso o Belenenses pretenda ganhar, é necessário esquecer os fantasmas que atormentam, tanto adeptos, como jogadores e treinador. Os 7-1 foram uma humilhação histórica, contudo, nada que se volte a repetir, ou não fosse igualmente verdade que o Belenenses já lhes tivesse imposto um resultado pior, 7-0. Posto isto, o ponto de partida para o jogo de amanhã é limpar a cabeça e esquecer o estádio onde se está a disputar o jogo e tudo o que foi passado entre as duas equipas.

No entanto, o jogo está longe de se resumir ao psicológico – apesar de ser parte fulcral. O clube da cruz de cristo enfrentará um sem número de dificuldades que, caso os bracarenses não fossem treinados por Sérgio Conceição, podiam estar muito mais potenciadas. Os da casa têm, indubitavelmente, um dos plantéis mais fortes da Liga e assentam muito do seu jogo na qualidade individual dos seus jogadores.  Além de uma defesa coesa, que é das menos batidas da Liga e que em casa, em 14 jogos, apenas sofreu 5 golos, o Braga também assenta muito do seu jogo pelas alas, começando nos laterais. Seguindo um pouco adiante no terreno, deparamo-nos com o meio-campo. Não obstante toda a preponderância que têm nas dinâmicas ofensivas da equipa, o trio intermédio dos minhotos conta ainda com jogadores de muita qualidade no banco, tendo o claro exemplo de Pedro Tiba, jogador de tremenda qualidade e Danilo, que têm sido titular mas foi poupado no último jogo. As opções para a ala não são menos preponderantes e nem sequer menos perigosas. Pardo e Rafa são jogadores que procuram muitas vezes terrenos interiores e, quando inspirados, são um quebra-cabeças para qualquer defesa com os seus constantes movimentos de ruptura. Movimentos esses, que aliados a uma boa qualidade finalizadora, fazem deles homens alvo da equipa. Por fim, importa falar no goleador da equipa: Zé Luís. O cabo-verdiano está a surpreender tudo e todos e a fazer uma época espetacular a todos os níveis, será, com toda a certeza, um jogador mortífero caso lhe dêem espaço. Para terminar, importa referir Alan e Éder, que são jogadores de qualidade altíssima mas que, devido à qualidade do plantel, estão confinados ao banco.

No lado do Belenenses as coisas podiam estar melhores. O facto da equipa encarar a partida com apenas 4 defesas, só faz os seus adeptos pedirem a todos os santinhos que ninguém se lesione. Seria terrível. A estratégia deve-se manter, uma vez que, como Jorge Simão disse, não quer perder a identidade. Dessa forma, é esperada uma equipa não remetida aos últimos 50 metros, como aconteceu em vários jogos do passado, mas vocacionada para o ataque, não continuado, mas o contra-ataque. A velocidade dos alas será fulcral, isso e a inteligência de Rui Fonte a procurar espaço no meio dos centrais. O onze deve ser o mesmo com as alterações óbvias: Fonte por Camará; Ricardo Dias por Meira e Gonçalo Brandão por Palmeira. Qualquer outra mudança não é expectável. A experiência e a mestria de Carlos Martins serão o pêndulo da equipa, bem como a imponência de Pelé e o desarme de Ricardo Dias. Contudo, um jogador que saiba organizar tão bem como Carlos Martins, caso de Tiago Silva, seria importante num jogo de contra-ataque. Qualquer erro será fatal, posto isto, não se podem oferecer bolas como em muitos dos jogos anteriores, a equipa tem de estar focada e no seu melhor.

Como se costuma dizer: “se fosse fácil, estariam cá outros”. A verdade é que não é fácil, todavia, não é impossível. Uma equipa que tem feito um tão bom trabalho até aqui, terá todos os motivos e mais alguns para prosseguir a caminhada europeia com mais uma vitória e uma consequente “almofada” pontual para os restantes. O embate é fulcral e os alarmes estão ligados. Sem falhas, os 3 pontos virão para a capital e o sonho da Liga Europa continuará mais do que vivo. Em caso de derrota, nada está perdido. Uma coisa é certa: o Clube Futebol “Os Belenenses”, não será novamente vergado.

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