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Antevisão: Em terras suecas, quem mantiver o discernimento, é Rei.

Antevisão: Em terras suecas, quem mantiver o discernimento, é Rei.

Hoje joga-se muito mais do que apenas a passagem na Liga Europa. Joga-se o orgulho, o prestígio, a sensação de dever cumprido, a concretização de um “sonho”. Hoje joga-se tudo isso. E no desafio de logo à noite, o Belenenses tem a vantagem. Não no histórico, não na presença de adeptos, e muito menos no orçamento, mas tem a vantagem do crer e da ambição que deve estar patente no espírito de cada um dos que jogar. E mesmo dos que estiverem no banco, ou nos adeptos na bancada. Além da óbvia vantagem no resultado, que acaba por ser fulcral. Hoje, às 18h, joga-se o renascer de um novo Belenenses, um Belenenses Europeu.

O Gotemburgo está longe de ser um adversário fácil, aliás, pelas hipóteses oferecidas em sorteio, os suecos eram sem dúvida nenhuma, o adversário a evitar. Há vários factores que os fazem um osso duro de roer; desde os mais de 20 jogos oficiais disputados; desde as escassas derrotas; desde o 1º lugar no campeonato sueco; à lotação esgotada do Gamla Ullevi; até ao seu estilo de jogo. Aí reside um dos principais problemas. As individualidades não são o forte da equipa do IFK. Os mais de 10 internacionais pelos mais diversos países de que dispõem, não provam grande coisa. Aliás, a ida para o Brentford da maior estrela da equipa, Vibe, deixou os suecos um pouco órfãos de homens golo. Claro que existem jogadores perigosos, sobretudo Engvall, um perigoso avançado de apenas 19 anos, que sabe bem como tratar a bola. Porém, e mais uma vez é necessário reforçar: as individualidades não são o principal trunfo dos nórdicos. O colectivo é bem mais preocupante. O cepticismo; o cinismo e a matreirice do Gotemburgo, fazem deles um adversário a ter em conta. A arte de bem defender também é relativamente bem dominada pelos suecos, assim como as transições ofensivas rápidas e  o contra-ataque, o que puderá causar alguns calafrios ao Belenenses. O jogo aéreo, de um colectivo com uma média de alturas de 1.81m, tem de ser, de igual forma, considerado perigoso e um dos pontos a ter em atenção na hora de defender. Contudo, há pontos a favor: uma vez que o nosso adversário está em desvantagem, nunca poderá adoptar a matriz de jogo à qual estão mais habituados, tendo que assumir o jogo desde o inicio. Isto poderá ser positivo para o Belenenses.

Do lado azul, as mudanças não serão muitas. Caso a equipa liderada por Ricardo Sá Pinto não queira perder a vantagem conseguida no jogo em casa; não poderá conceder a iniciativa de jogo toda ao adversário e muito menos defender com 10 homens atrás da linha da bola e um solto na frente a “fazer pressão”. As despesas do jogo, por mais arriscado que pareça, têm de ser assumidas. Os valores de ambos não são assim tão díspares para se adoptar uma toada totalmente defensiva e inofensiva. A velocidade dos extremos da equipa do Restelo, será algo a ter em conta e, segundo o que é noticiado hoje na imprensa, Sturgeon deve jogar solto na frente, o que é um claro volte-face em relação a Camará, uma vez que são jogadores completamente diferentes o que pressupõe estilos de jogo distintos. Com Fábio Sturgeon na frente, será possível jogar mais em transições rápidas e combinações pelo chão, procurando sempre acertar o último passe. Bem como a sua velocidade, que terá de ser explorada, uma vez que os centrais suecos são muito altos, mas não são muito rápidos. As combinações com Carlos Martins – que será essencial no jogo de hoje -, podem ser mais evidenciadas e letais. Sendo certo que se abdica totalmente do jogo aéreo, o que é positivo. A entrada de Ricardo Dias para o meio-campo, parece certa. Esta alteração proporcionará ao Belenenses outra segurança defensiva, bem como mais controlo do meio-campo. Quanto a André Sousa, continuará no onze. A sua qualidade nas bolas paradas, poderá ser decisiva.

Este jogo será o tudo ou nada. Não definirá a época, mas pode ajudar a desenhá-la. É tempo de nos deixarmos de “medos”, “falsas modéstias”, ou discursos derrotistas. Hoje é para passar. A eliminatória tem de ser assumida, assim como os objectivos do clube. A filosofia do: “ah, já que lá estamos jogamos”; tem de ser substituída pelo: “hoje ganharemos sem dúvida”. Somos um clube com história, mas temos de lhe dar seguimento. Temos de investir neste futuro que pode ser tão risonho. Hoje, os “Vikings do Restelo” deixarão a sua marca em terras geladas.

Os onzes prováveis:

Belenenses –

Ventura; João Amorim, Tonel, Gonçalo Brandão, André Geraldes; Ricardo Dias, André Sousa, Carlos Martins; Fábio Nunes, Fábio Sturgeon e Miguel Rosa

IFK Gotemburgo –

Alvbage; Salomonsson, Bjarnsmyr, Rogne, Aleesami; Smedberg-Dalence, Eriksson, Svensson, Rieks; Engvall e Boman

O Belenenses jogará em 4-3-3; enquanto os suecos apostarão num 4-4-2.

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