Na sabedoria popular costuma dizer-se que: “À terceira é de vez”. Ou então, se preferirmos uma vertente mais sádica: “À primeira, caem todos. À segunda, cai quem quer. À terceira, só caem os tolos”. A mal ou a bem, os ditados lá vão trazendo muita verdade nas parcas palavras proferidas. O certo é que após dois testes francamente negativos, onde o Belenenses apenas conseguiu 1 ponto em dois jogos contra adversários directos; é tempo de começar a carburar. Pela frente, a equipa orientada por Julio Velázquez terá pela frente o aguerrido Tondela, que após o milagre da temporada passada, está a afiançar uma época bem mais tranquila.
O homens orientados por Petit estão mais fortes. Com o reforço de posições chave e a permanência de jogadores importantes – excepção feita à estrela da companhia, Nathan Junior -, os tondelenses estão preparados para as adversidades que advém de uma segunda época no escalão máximo do futebol português. Com Crislan em forma, o Tondela terá um poder de fogo bem afinado para alvejar a baliza de Ventura. Embalados pela boa exibição ante o Benfica e pelo empate tardio diante do Chaves, procurarão no seu reduto a primeira vitória da época. A jogar em casa podemos esperar um Tondela agressivo, à procura da iniciativa de jogo, forte nas transições e coeso a defender.
Do lado do Belenenses, as coisas não se auguram muito positivas. Com o técnico espanhol a afirmar uma clara mudança do paradigma, passando de um futebol de posse e de passe curto para um jogo mais vertical, o emblema do Restelo precisa de tempo para se ambientar a uma nova forma de jogar. Os protagonistas mudaram e com isso mudou também a forma de alcançar a baliza adversária. Com Camará e Andric a titulares frente ao Boavista, isso foi bem visível. Desta vez Velázquez optou por deixar de fora Benny e Rúben Pinto por opção e convocou Gerso e Vítor Gomes, sendo Dinis Almeida também uma novidade. Espera-se que o ex-Moreirense seja titular num meio-campo idêntico ao das jornadas passadas. No ataque, Andric deve jogar a titular com Gerso num lado e Miguel Rosa de outro. A grande icógnita é mesmo a utilização de Dinis Almeida, que só agora pode competir oficialmente, mas já treina com a equipa há várias semanas. A pressão existente sobre a equipa é muita. Os adeptos estão desiludidos e agastados com tudo o que se passou na pré-época. Caso o Belenenses não vença os 3 primeiros jogos, a equipa pode entrar numa espiral negativa da qual será muito complicado sair. O principal foco do Belenenses terá de passar pelo acerto na finalização e por mais coesão e atenção defensiva, caso contrário, não se perspectiva um resultado muito distinto do da última sexta-feira.
Ao terceiro exame, Velázquez precisa de uma positiva para conseguir passar o ano junto dos adeptos azuis. Em caso de nova derrota, a vida ficará muito complicada para a equipa e, sobretudo, para o seu timoneiro. Três jornadas iniciais frente a adversários acessíveis que só podem ser encaradas como para ganhar. De outra forma, toda a época será muito penosa de se assistir.