António Barradas 
Última oportunidade. É desta forma que o Belenenses irá encarar o jogo da 32º jornada frente a Académica. O embate está marcado para as 18h30 deste Sábado, o palco do julgamento final será Coimbra, casa pouco agradável para os azuis. Em 7º lugar e em jornada de confronto directo entre 6º e 8º, o Belenenses tem aqui uma oportunidade soberana para voltar a repor a ordem natural deste campeonato, recuperando o 6º lugar e continuando na luga pela Europa.
Porém, nem tudo são rosas. As coisas não se avizinham fáceis para os homens treinados por Jorge Simão. Se é verdade que uma vitória catapulta a equipa para uma – possível – posição europeia, é igualmente um facto que, em caso de derrota ou possivelmente um empate, o clube da cruz de cristo dá as suas esperanças por terminadas. A pressão, apesar da negação do timoneiro azul, será enorme. Não que este fosse o objectivo primordial, apenas porque, ao longo da temporada, se foram tornando claro as verdadeiras ambições do clube. Talhado para falhar em alturas fulcrais, o Belenenses não se pode deixar iludir e pensar que muito por culpa do seu copo estar “meio cheio”, as coisas serão mais fáceis de engolir em caso de “fracasso”. Nada disso. Os adeptos são exigentes e a história do clube merece mais. Esse mais pode ser atingido em Coimbra.
Desengane-se quem pensa que serão “favas contadas”. A Académica só tem uma vitória em casa na presente temporada, mas desde de que José Viterbo assumiu o controlo da equipa, que o nível exibicional tem subido a olhos vistos e a posição classificativa tem sido segura. Um dos grandes aditivos para os da casa, além de uma nova vitória para os seus sócios, é o facto de poderem, em caso de vitória, garantir matematicamente a manutenção. Algo que só muito dificilmente lhes fugirá. O objectivo dos estudantes para este embate pode passar em grande parte por empatar. Ou não fosse a Académica o clube que reina no campo dos empates. Um empate que seria exasperante para o Belenenses e quase que deitaria por terra as aspirações Europeias. Outro dado estatístico relativamente fulcral, é o facto de o Belenenses não sair com uma vitória de Coimbra há 10 anos. 10. São muitos anos a sair do recinto estudantil com o semblante carregado. A tendência não será fácil de inverter. Uma equipa que se fecha da forma como a Académica o faz será difícil de penetrar. O Belenenses tem provado que é uma equipa forte a jogar fora de casa – mais do que no seu recanto -, todavia, marcar golos não tem sido tarefa fácil para os lados de Belém. Então enfrentar um guarda-redes no momento de forma de Lee, será tudo menos fácil.
A equipa da cruz de cristo vai-se apresentar de uma forma bem mais composta e preparada do que o que aconteceu no jogo frente ao Rio Ave. Nélson volta à direita e Carlos Martins voltará ao miolo, com Ricardo Dias e Pelé atrás de si. Os homens da frente devem ser os mesmos, com a alteração de Dálcio por Sturgeon, que voltará assim a subir no terreno, como tão bem sabe. Neste jogo de tudo ou nada, o nervosismo e a ansiedade poderão desempenhar um papel ingrato na tentativa de obter os 3 pontos. Jogar sabendo de antemão o resultado do Rio Ave vs Paços de Ferreira, poderá ser tudo menos benéfico para os índices de concentração da equipa lisboeta. As transições ofensivas terão de ser mais rápidas e eficazes, contando para isso com mais homens a apoiar as investidas e com Carlos Martins a ser decisivo no último passe. Dessa forma, a estratégia de Viterbo terá de se alterar, uma vez que, caso o Belenenses marque primeiro, a Académica terá de correr atrás do prejuízo e aí, em caso de tal cenário suceder, a vantagem pode estar do lado dos visitados. O plantel é curto, as ausências são muitas, no entanto, os que irão jogar, por certo corresponderão ao que os adeptos e a equipa técnica exigem deles.
Chegámos ao dia do exame. Na terra dos estudantes é tempo de pegar na bola e assinar de uma vez por todas a Licenciatura Europeia. Tudo isso só acontecerá se não reprovarem no exame final. A cadeira é difícil mas o 20 é objectivo procurado. Para se atingir a perfeição, mas não basta ficar nos ses. Em Coimbra, só ganharão os bravos. É tempo de mostrar que o Belenenses está vivo e na luta!
