Esta Quinta-feira, pelas 20h05, disputar-se-á um jogo histórico. O Belenenses terá o seu primeiro confronto de sempre na fase de grupos de uma competição europeia. O ambiente vivido não é o melhor, o entusiasmo para o jogo esmoreceu bastante devido à hecatombe que ocorreu na passada Sexta-feira. No entanto, não há nada melhor do que ganhar já o jogo a seguir para limpar a cabeça. E desta feita, o tempo de descanso não será uma desculpa, sendo que passaram 6 dias desde o último embate. É uma competição diferente, que terá de ser enfrentada com um semblante distinto e as facilidades concedidas na Luz, não se poderão voltar a verificar.
Contudo, nada será fácil, ou sequer acessível. Pela frente, o Belenenses terá largos milhares daqueles que são considerados: dos adeptos mais fanáticos do mundo. Aliado a isto, uma equipa que foi campeã polaca o ano passado e que, embora este ano esteja muito abaixo da expectativas no campeonato, tem estado exímia na Europa. Como de costume. O Lech Poznan é conhecido maioritariamente pelo seu apoio, mas não só disso se faz o clube e a equipa. Uns “habitués” nestas andanças, os campeões polacos terão vários trunfos para defrontar a inexperiente equipa azul. Apesar de não terem individualidades que se destaquem muito, existem três jogadores que podemos evidenciar: Kaminski, Linetty e Kownacki. Estes três homens representam o núcleo duro da equipa de Poznan. O ponta de lança, Thomalla, poderá ser igualmente um osso duro de roer para a defesa que enverga ao peito a cruz de cristo. Sobretudo se revelarem as debilidades registadas no derby lisboeta. Mais uma vez a diferença de alturas é bastante grande, algo que será para ser tido em conta, em virtude dos polacos apostarem no jogo directo. Contudo, os seus laterais são fracos a defender, o que deverá ser explorado pelos nosso extremos, maioritariamente pela faixa direita, onde pontificará a velocidade de Sturgeon. A má campanha que têm feito no campeonato, poderá funcionar como tónico e alento para mostrarem uma faceta diferente na Europa, algo que terá de ser tido em conta. O contrário também se pode verificar. Se assim for, será da conta dos visitantes aproveitar a continuação do mau futebol do Lech.
Do lado da equipa portuguesa, espera-se tudo de diferente. A tal “fórmula Europa”, que tanto resultou nos confrontos anteriores, terá de voltar. Desta vez o adversário é de uma valia ligeiramente superior, mas não atravessa um bom momento. Grande parte do sucesso na Europa, assenta numa defesa coesa, organizada e competente. Algo que não se passou aquando do último jogo dos azuis para o campeonato. Os erros foram mais que muitos, os desiquilíbrios constantes e a desconcentração excessiva, um desastre. Uma tragédia que não se poderá voltar a repetir, assim como, Sá Pinto não deverá voltar a “inventar”. Na defesa residem, muito provavelmente, as maiores dúvidas. João Amorim esteve hediondo frente ao Benfica, como tal, o seu lugar estará em perigo, sendo provável que entre Filipe Ferreira e que Geraldes volte à sua posição de origem, a de lateral direito. No centro, não são previsíveis mudanças, ainda que os centrais não tivessem coordenados e imperiais. O meio-campo, deve regressar à origem; com Rubén Pinto, André Sousa e Carlos Martins a assumirem as despesas. O que deverá empolgar os adeptos do Belenenses, que tanto prezam esta tripla. Na frente, as coisas mudarão com certeza. Luís Leal será o homem-golo; Fábio Sturgeon, a seta apontada à baliza polaca e Miguel Rosa, o dínamo da equipa. Não é previsível que Kuca seja titular, em virtude da paupérrima exibição de sexta-feira, onde foi substituído aos 45 minutos. O segredo é não cometer erros de palmatória, saber ao que se vai, ir concentrado, confiante – não em excesso – e demonstrar o futebol que sabem, que é muito.
A estreia do Belenenses na fase de grupo da Liga Europa, não é a ideal. O adversário é “batido”, joga em casa e quer mostrar que não está morto. Tudo factores que serão adversos a uma equipa que, também ela, quer mostrar o que vale. Limpar a imagem do 6-0 e dar um cheirinho ao mundo do que são capazes. A receita é simples: não vacilar. Não deitar tudo a perder e manter a categoria exibicional evidenciada nos restantes jogos europeus. Como costuma dizer Ricardo Sá Pinto: “o “chip” mudou”, dessa forma, é tempo de pensar na Europa e no prestígio do clube. Não se contentem com o empate quando podem trazer a vitória.