‘Star Wars Battlefront II’ é a resposta da EA ao feedback obtido no primeiro jogo. As melhorias são evidentes neste jogo que será do agrado dos fãs da saga, obstante algumas decisões infelizes.
Disponível para: PlayStation 4, Xbox One e PC
Com a estreia de ‘Star Wars: The Last Jedi’ no final do ano passado, a EA decidiu aproveitar essa janela de entusiasmo pela saga criada por George Lucas e lançou ‘Star Wars Battlefront II’, o novo título produzido pela DICE. O anterior ‘Battlefront’, que saiu dois anos antes na altura da estreia de ‘The Force Awakens’, foi criticado pela imprensa especializada e pelos jogadores pela falta de conteúdo e de uma campanha single-player.
Pois bem, a EA terá ouvido esse feedback durante o período de dois anos, e resolveu tratar desses problemas neste segundo jogo ao introduzir uma história nova para a campanha single-player e conteúdo respectivo às três trilogias cinematográficas da saga (em Battlefront o foco era a trilogia original). Para além disso, a EA prometeu trazer gratuitamente mais conteúdo ao longo dos meses seguintes ao lançamento do jogo, como já aconteceu no mês passado.
Star Wars Battlefront II já tem conteúdo gratuito do novo filme
Parecia que ‘Battlefront II’ ia ser tudo aquilo que os fãs de Star Wars e os gamers pretendiam. No entanto, talvez para cobrir a perda de lucro com as expansões gratuitas, o lançamento do título ficou marcado pela polémica questão das lootcrates e do sistema de progressão que beneficiava bastante quem pagava, segundo as opiniões dos jogadores, e que levaram a própria Electronic Arts e a DICE a retirarem todas as compras dentro do jogo e a alterarem os valores de utilização dos heróis e das recompensas obtidas pelo jogador nos diversos modos de jogo presentes. A política inicial acabou por manchar a fama do jogo e ainda está a ser alvo de actualizações para melhorar o sistema de progresso e “desadaptá-lo” em relação às compras dentro do jogo.
Apesar destas questões terem sido levantadas no momento do lançamento, neste momento já parecem águas passadas. A minha experiência com o jogo deu-se nestas últimas semanas e poderei dizer que ao não ter sentido (directamente) esses problemas, fiquei muito satisfeito com o que joguei. Não, não é um jogo perfeito, mas é divertido e entretém tanto pela jogabilidade como pela excelente recriação do universo.
Na campanha a solo, seguimos a história de Iden Versio, líder do Inferno Squad que pertence ao Império. Unidade esse que é composta por mais 2 elementos, Gideon Hask e Del Meeko e que são peças fulcrais na trama. A história deste jogo decorre entre ‘The Return of the Jedi’ e ‘Force Awakens’. O Inferno Squad é importante no plano do Imperador Palpatine e do Império na destruição dos Rebeldes, com a construção de uma segunda Death Star.
Sem contar muito da história, poderei dizer que segue os trajectos previsíveis da saga. Traições, mudanças de lado e problemas familiares (principalmente paternais) estão presentes e se há crítica a ser apontada à campanha single-player é de facto a previsibilidade de tudo o que vai acontecer. Com uma duração de 5 a 7 horas (sem contar com a expansão que já foi disponiblizada), temos a possibilidade de jogar com Iden, mas também com heróis e vilões da saga como Luke Skywalker, Han Solo, Princesa Leia ou Kylo Ren. Esta alteração constante de personagem jogável não ajuda a que o jogador estabeleça uma grande ligação emotiva com Iden, no entanto fornece diversidade suficiente de jogabilidade antes de chegarmos ao multiplayer.
A campanha é satisfatória, tanto ao nível das missões existentes como a própria atmosfera do universo (ouvir Billy Dee Williams enquanto controlamos o “seu” Lando Calrissian é um mimo), o que faz com que o tempo que passamos na campanha seja bem passado. A história é interessante o suficiente para querermos continuar a jogar, apesar de ser segura e previsível. Aconselhamos que joguem primeiro a campanha, e só depois aventurarem-se no multiplayer, tratando-o modo como um tutorial, porque poderão passar dificuldades no modo competitivo.
Mas é no Multiplayer que está o grande chamariz de ‘Star Wars Battlefront II’. Cerca de dois meses depois do lançamento, os servidores continuam repletos de jogadores, e cada confronto em cada um dos 5 modos é entusiasmante: Galactic Assault (batalhas de 20×20 com diversos objectivos espalhados pelo mapa), Starfighter Assault (12×12 batalhas aéreas), Strike (equipas de 8 elementos batalham pela conquista de objectivos), Blast (o típico 10×10 Team Deathmatch imediato) e Heroes vs Villains (4×4 com heróis e vilões dos filmes)
É divertido e oferece aquilo a que a DICE é melhor e já nos habituou em Battlefield’s anteriores. É diversão imediata, mas que é capaz de nos manter ligados diariamente. No estado actual, ‘Star Wars Battlefront II’ apresenta-se como uma das propostas mais divertidas e casuais no mercado dos jogos com maior foco no multiplayer online. A grande crítica a apontar ao online, é o seu sistema de progresso. O facto de ter sido alterado logo no lançamento levou a que seja um pouco confuso compreender as cartas e as habilidades que oferecem. Para um jogo que se apresenta como disponível para qualquer jogador, experiente ou não, o sistema de progressão acaba por quebrar essa filosofia.
No fundo, diverti-me no tempo que passei com ‘Star Wars Battlefront II’, tanto na campanha single-player como nos modos multiplayer online e recomendo a sua experiência a qualquer fã da saga espacial.
NOTA: Realçar que o jogo encontra-se em constante actualização e desde o seu lançamento muito tem sido alterado, principalmente ao nível do progresso no jogo e das in-app purchases, por isso esta análise vai de encontro ao estado actual do jogo.
NDR: Agradecemos à EA pela cedência da cópia do jogo para análise (versão PC).