Começa esta semana o mês de Maio, com alguns espectáculos a não perder! Ficam de seguida, algumas sugestões para a semana.
No dia 2 e 3, o Rivoli recebe o espectáculo Curtas de Dança no âmbito do festival DDD 2019 (Dias De Dança). Uma mostra de trabalhos de curta duração, focando-se na apresentação de objetos artísticos experimentais com uma forte vertente laboratorial. Começa com Ponto Ómega, uma zona algures entre o feminino e o masculino, um sítio de indefinição, onde a questão da sexualidade está numa espécie de parêntesis e onde tudo se baliza num jogo em equilíbrio peculiar. A fechar o programa This is not for sale situa-se a entre a performance, o concerto, um noticiário surrealista ou uma DJ session e parte de um manifesto escrito na época da troika, quando a crise económica abalou o país.
Dia 3, também no mesmo festival, o Rivoli recebe o espectáculo Treasured in the Dark, de Thiago Granato. Aqui, o público é levado numa viagem onde presenças humanas e não humanas podem ser sentidas. Usando o próprio corpo como vetor, Granato transforma-se numa interface através do qual a comunicação o acontece. Sons ambiguos, objetos híbridos flutuantes, sombras iluminadas e presencas anónimas materializam-se no local. Numa sequencia de cenas mutantes, cada uma perfurada por uma transformação repentina e total.
Também no dia 3, Margem, de Vitor Hugo Pontes, estará no Cineteatro Alba, em Albergaria-a-Velha. Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, Capitães de Areia, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num armazém onde, como uma família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. 80 anos depois da publicação do livro, o espectáculo pretende questionar quem são os novos capitães de areia.
Dia 4 e 5, o Teatro Nacional D. Maria II recebe o espectáculo Conversations Out of Place, de Ivana Muller. Uma alegoria que tem lugar num universo fora do comum e ligeiramente absurdo, onde um grupo de seres humanos vagueia junto, no mesmo caminho, durante dias, semanas, meses, anos, mantendo constante o seu sentido de direção, mas lentamente perdendo a ideia do seu destino final. Inspirada nos contos filosóficos, género literário muito apreciado no século XVIII, é proposta uma reflexão sobre o mundo em que vivemos, tendo a nossa relação com a natureza como ponto de partida.