Vaticanum foi, até ao momento, o último livro lançado por José Rodrigues dos Santos. Publicado pela editora Gradiva em 2016, é o oitavo livro da série Tomás Noronha.
De temática religiosa, a ação foca o rapto do Papa pelo Estado Islâmico e conta uma história muito interessante envolvendo a igreja, a máfia e a corrupção que grassa nos seus meandros. Envolvente, dinâmico e sempre atual, José Rodrigues dos Santos conquista, uma vez mais, o público!
Vaticanum conta com Tomás Noronha como protagonista. Tal como acontece em vários dos livros do autor, estamos perante uma nova e emocionante aventura. Neste livro, o rapto do Papa é o móbil para todo o desenrolar da intriga. O anúncio da sua iminente decapitação leva o protagonista a lançar mão de todos os recursos para combater a ameaça.
Com o ritmo alucinante a que nos tem habituado, José Rodrigues dos Santos proporciona-nos momentos de pura emoção ao longo de 608 páginas, conduzindo-nos pelos meandros do Vaticano, expondo, de forma hábil, os jogos de interesses presentes em qualquer sociedade.
Esta obra foca os escândalos financeiros e as ligações do Vaticano à Máfia. São abordados escândalos financeiros reais, com muita dinâmica e envolvência. As referências utilizadas são reais, pesquisáveis, sem remeter para o domínio da ficção. Em A Mão do Diabo (Gradiva, 2012), do mesmo autor, apesar de identificáveis, as personagens tinham nomes fictícios. No presente, os nomes são verídicos.
JRS foi considerado em 2016 por 28000 portugueses o melhor escritor português.
Ponto positivo: A habilidade que tem para destrinçar temas complexos, tornando-os acessíveis ao mais incauto leitor é uma das características mais notáveis.
A explicação recorrente, de forma a dotar o leitor do conhecimento do tema abordado, pode por vezes cansar o leitor, e levá-lo a perder-se momentaneamente no enredo.
Ponto negativo: As personagens femininas são mais estereotipadas do que seria conveniente. Apesar de existem personagens femininas inteligentes e profissionalmente bem sucedidas, o objetivo principal subjacente à sua introdução na obra é o de estimular o desejo do protagonista Tomás Noronha. Este facto pode tornar-se algo fatigante.
Em suma, uma leitura muito interessante, como vem sendo apanágio do autor!