Falámos com Valas, o rapper de Évora que irá subir amanhã ao palco do Sumol Summer Fest na Ericeira, sobre a sua ascensão meteórica e o que espera do futuro
“As Coisas” que Valas fez trouxeram-no à ribalta. Com mais 3 milhões de visualizações no YouTube, o single do rapper criado no Alentejo irrompeu imediatamente nas playlists de milhares de portugueses. Valas é agora um dos primeiros nomes que vêm à cabeça quando se fala da cena rap nacional. O rapper irá actuar amanhã no Sumol Summer Fest e estará também presente no MEO Sudoeste no dia 4 de Agosto.
Leia agora a entrevista exclusiva da CA Notícias ao rapper Valas.
CA Notícias (CA) – Tens estado em clara ascensão, o videoclip da música “As Coisas” já atingiu as 3 Milhões de visualizações e alcançou o top de temas mais virais do Spotify, o rapaz de Évora conseguia imaginar este momento?
Valas (V) – Não esperava esse resultado em tão pouco tempo, estava confiante no seu lançamento e sabia que podia ser um passo muito importante para a minha carreira, mas superou bastante as expectativas.
CA – Antes de saberes o que querias fazer, houve alguém do teu círculo pessoal que te puxou para a música ou foi, simplesmente, o prazer de ouvir as tuas influências e querer fazer a mesma coisa mas de forma diferente?
V – A minha avó cantava ocasionalmente o fado, o meu avô fazia versos e cantarolava pequenas quadras, foi certamente através dele que me apaixonei pela poesia, mas fora isso não tive nenhuma influência para o caminho da música. Foi algo que fui desenvolvendo sozinho.
CA – Achas que o facto de teres crescido fora das áreas urbanas habituais da maioria dos artistas de rap e hip-hop nacionais pode te ter dado uma experiência diferente para contar?
V – Penso que isso é natural, quase todos os rappers tem algo que deriva do seu “habitat”, eu não fujo à regra, mas claro que sendo do interior do pais, crescido e criado no Alentejo, tenho obrigatoriamente outra história para contar.
CA – “Raízes de Pedras” fechou um capítulo da tua vida. Quais foram os melhores ensinamentos que retiraste com os teus álbuns independentes?
V – É bom olhar para trás e ver a evolução, foi essa caminhada que me fez chegar aqui. É a história que tenho, ajuda-me a viajar no tempo.
CA – Tens lançado vários singles que farão parte do teu futuro álbum e que têm sido bem recebidos pela crítica e pelo público. Sentes-te tranquilo ou, pelo contrário, sentes a pressão em relação à vontade do público ouvir finalmente o álbum completo? Já há previsão do lançamento?
V – Estou tranquilo, por agora quero concentrar-me nos concertos, felizmente tenho muitas datas marcadas. Vou certamente trazer noticias antes do final do ano.
CA – “As Coisas” vem acentuar o teu espírito de mudança e a musicalidade é diferente do que tinhas feito até então. O que podemos esperar do novo álbum?
V – O álbum vai ser como um “check-in” de uma nova viagem, representa um novo começo.
CA – Esse será o teu primeiro álbum com a Universal Music, qual é a maior diferença que estás a notar ao trabalhar com uma grande editora?
V – As condições de trabalho, a minha equipa, todo o profissionalismo, esforço e dedicação das pessoas que me rodeiam.
CA – Estivemos recentemente à conversa com Slow J, em que abordámos a história do “Alma Velha” e que ele disse estar muito feliz com o resultado final. Estás a pensar continuar a apostar nas colaborações ou ir num caminho mais solitário?
https://canoticias.pt/entretenimento/conversa-slow-j-um-dos-musicos-do-momento/
V – Tenho sempre vontade de trabalhar com outras pessoas, aprender e trilhar caminhos diferentes.
CA – Vais estar agora em grandes festivais como Sumol Summer Fest e MEO Sudoeste, quais são as tuas expectativas e poderá haver alguma supresa na Zambujeira do Mar?
V – Tenho umas novidades guardadas para ambas as datas.
CA – Terminamos sempre com esta pergunta, como descreverias um concerto teu para quem nunca foi assistir?
V – Bom, é um concerto de Hip-Hop.