Com 33 anos e na sua segunda temporada ao serviço do Belenenses, Tunha tornou-se um dos heróis que na Eslovénia conquistaram no passado sábado o título europeu que agora se exibe na Cidade do Futebol.
O experiente pivot soma oito internacionalizações e dois golos ao serviço de Portugal, numa época em que já facturou nas redes adversárias por 8 vezes em representação do emblema da Cruz da Cristo. O momento certo para uma breve conversa com o site oficial do Clube onde também se perspectiva a segunda metade da época do futsal do Belenenses.
Já passaram alguns dias sobre a brilhante e inédita conquista do título europeu de futsal. Tudo o que se passou antes e depois do jogo correspondeu aos teus sonhos?
Sem duvida alguma. Costuma dizer-se que o sonho comanda a vida e nós sonhámos. Sonhámos e fomos capazes de concretizar o nosso sonho, que era também o sonho de uma Nação. Foi incrível!
Pelas notícias que nos chegavam, passou a ideia – confessada por muitos atletas – de que todo o grupo era muito unido. Mas sabemos que por vezes isso são apenas frases feitas, o que é que foi realmente diferente com este grupo?
Existem muitas frases que são clichês, mas eu posso garantir que nós fomos um grupo muito unido, tanto dentro como fora de campo. E isso notou-se ao longo de toda a competição com a entre-ajuda nos vários lances, sempre que estávamos a perder sabíamos levantar-nos de uma forma grandiosa. Orgulho-me e revejo-me muito neste enorme grupo: os catorze bons rapazes [risos].
Chegaste a sentir alguma vez que por teres menos internacionalizações eras uma espécie de “corpo estranho”?
Não, nunca me senti um corpo estranho ou inferior. Desde logo porque não faz parte de mim ser assim, mas também porque desde o meu primeiro dia na Selecção Nacional fui muito bem recebido. E isso é algo que tenho que lhes agradecer.
Antes do Europeu podia existir alguma desconfiança em relação à tua presença, mas por altura dos jogos de preparação, em conversa informal com o nosso técnico Carlos Teixeira, ele mostrava a convicção de que tu irias ser bastante importante na prova. Acreditavas também que seria assim, tal como veio a acontecer?
Desde o início que me mentalizei de que estava na Selecção para ajudar e que sempre que fosse chamado a intervir em campo iria fazê-lo como se fosse a última vez. Felizmente correu muito bem e sinto-me realizado por saber que fui importante e, mais do que tudo, que ajudei.
Já te apercebeste da “Tunhamania” que se instalou em grande parte dos nossos adeptos e também nos atletas mais jovens?
[Risos] Vou sentindo no dia a dia e isso deixa-me extremamente orgulhoso porque dou muito valor às pessoas que nos apoiam em todos os momentos, os bons e os menos bons. Isso deixa-me extremamente realizado! Muito obrigado, mesmo.
Foste alvo de muitas manifestações de carinho por parte de muitos adeptos também por representares o Belenenses nesta competição. Sentiste essa responsabilidade acrescida de os representares?
Obviamente que senti. Estou a representar um grande Clube, que em todos os momentos me apoiou e demonstrou que estava orgulhoso pelo facto de eu ter levado o Belenenses até à Selecção, levando-o a fazer parte deste feito histórico. Foi um bom apoio que recebi e que sabe muito bem. Muito obrigado a todos do fundo do coração.
Virada a página do Europeu, temos aí à porta a Taça de Portugal e toda a segunda metade da época. O que podemos esperar do Belenenses?
O Belenenses é uma equipa que entra em qualquer campo com o objectivo de ganhar e esta próxima eliminatória da Taça não foge à regra. Queremos ganhá-la. Em relação à segunda parte da época na Liga SportZone, todos podem esperar um Belenenses forte e com essa mesma ambição de ganhar todos os jogos, não sabemos encarar as partidas de outra maneira. Mas para isso contamos também com o apoio dos nossos adeptos, como até aqui, porque sabemos que têm sido enormes nesse apoio!