Guilherme Teixeira 
E chegámos ao final de mais uma edição do Super Bock Super Rock, com um último dia cheio de peripécias, marcado pelos concertos dos The Voidz e Benjamin Clementine. Vê ou recorda agora, algumas das bandas que marcaram presença no último dia do SBSR.
Isaura | Palco EDP
O arranque do terceiro dia de Super Bock Super Rock foi dado por Isaura, no palco EDP pelas 17h30. Cerca de uma centa de pessoas marcaram presença no concerto que serviu de apresentação do novo álbum “Human”. O intervalo sonoro entre a sua actuação e a actuação seguinte não ajudava a que houvesse uma audiência de grande número, com muitos dos festivaleiros a preferirem chegar mais tarde ao recinto. Porém, a cantora e compositora portuguesa foi acumulando público ao longo do espetáculo e superando problemas técnicos que apareceram uma vez mais neste palco. Depois de chegar aos ouvidos de todos os portugueses com o tema a concurso na Eurovisão “O Jardim”, Isaura teve oportunidade de voltar a cantar em português, desta vez o tema “Meu e Teu” com a participação especial de Diogo Piçarra.
Sunflowes | Palco LG by Rádio SBSR
No Palco LG o rock invadiu a escadaria da Altice Arena. Directamente do Porto, os Sunflowers apresentaram os trabalhos que têm disponibilizado na internet, conquistando muitos headbangs. A distorção das guitarras ou a bateria frenética, a desfilar os temas de “The Intergalactic Guide To Find The Red Cowboy”, foram motivos mais que suficientes para deixar um sorriso nos lábios dos apreciadores de puro rock.
Keep Razors Sharp | Palco LG by Rádio SBSR
Os Keep Razors Sharp vão editar novo álbum em Outubro e encontram-se agora a apresentar as faixas do primeiro disco homónimo, juntamente com o novo single “Always and Forever” que poderá ser ouvida no futuro álbum editado. Uma boa dose de psych rock administrada pela banda portuguesa antes da actuação de Benjamin Clementine.
La Fura dels Baus | Palco Super Bock
Para entreter os intervalos entre os concertos do palco principal do Super Bock Super Rock, a organização apostou em algo diferente: no espectáculo oferecido pela companhia La Fura dels Baus, que regressava assim ao Parque das Nações 2o anos após a sua participação na EXPO ’98. Um espectáculo marcado pelas coreografias aéreas, usando para isso um gigante com dezenas de metros de altura. Fiquem ainda com as imagens da rede humana formada por alunos do Chapitô.
Benjamin Clementine | Palco Super Bock
Poucos artistas internacionais deverão ter actuado tantas vezes em Portugal como Benjamin Clementine o fez nos últimos três anos. Portugal é, segundo o próprio, o país em que mais gosta de actuar, e apesar de ainda não conseguir falar português (exceptuando algumas palavras de cordialidade), estabelece uma relação muito íntima com o público português. Até quando é necessário mandar calar o público, algo que aconteceu na noite de ontem, mas ninguém o leva a mal. Dando início ao concerto com “Ave Dreamer” e “Jupiter” do mais recente disco “I Tell a Fly”, começou a conquistar os que ainda não o tinham visto ao vivo. Em “I Won’t Complain” convidou a fadista Ana Moura ao palco para partilhar um dos momentos mais marcantes desta edição do Super Bock Super Rock, com ambos a participarem num dueto intenso. Mantendo a tendência, Benjamin Clementine ofereceu-nos uma versão emotiva de “Condolences” entoada por todos os milhares presentes na Altice Arena, dedicada a uma fã que faleceu recentemente e à sua família. Difícil ficar indiferente.
Antes já tinha passado por “Nemesis”, reconhecendo a importância da utilização da sua música num dos anúncios da Super Bock para o seu reconhecimento em Portugal. Até ao final desfilou algumas faixas dos seus dois álbuns “I Tell a Fly” e “At Least for Now”, terminando em grande com “Adios”, cantado no meio do público e pedindo auxílio a dezenas de espectadores para assumirem o papel de vocalista no refrão. Finalizado o concerto, Benjamin despede-se com a mensagem “Eu vou-me lembrar de Portugal para sempre”, sob a imagem da bandeira portuguesa. Que esta não seja uma mensagem de ausência por muito tempo, porque este amor de Portugal com o músico britânico ainda está na fase inicial.
The Voidz | Palco Super Bock
Finalizada a edição deste ano do Super Bock Super Rock com um dos concertos que ficará na memória colectiva dos festivaleiros, pelas piores razões infelizmente. Julian Casablancas e restante banda fizeram aquilo que se esperava, deram um concerto diferente de tudo o que se ouve neste tipo de eventos e esforçaram-se para nos transportar para a terra de sonhos que a sua música evoca. Não identificando bem a origem dos problemas sonoros (se foi da banda, da organização ou da própria acústica do pavilhão), a verdade é que ninguém saiu satisfeito com este final. Reconhecer no entanto a coragem da organização em trazer uma banda tão diferente como os The Voidz ao nosso país pela primeira vez. Apenas foi mal colocada no cartaz.
Leia mais sobre o concerto na nossa análise extensa aqui:
A CA Notícias esteve presente na edição deste ano do festival nos dias 19, 20 e 21 Julho. Pode consultar toda a informação sobre o Super Bock Super Rock 2018 aqui.
