Rodeado de amigos e das novas promessas da recém-criada editora Bridgetown, Richie Campbell brindou-nos com o reggae que o popularizou e com os aguardados temas da nova mixtape “Lisboa”, numa sala repleta de fãs.
Perto das 21h Mishlawi dava início ao concerto com o seu rap de influências old school. O cantor luso-americano esteve à altura da ocasião e aqueceu a plateia e o balcão 1 que se compunham para assistir ao príncipe do reggae português. Entre temas como “Ignore”, “Always On My Mind”, “Limbo” e “Boohoo”, isqueiros acesos e telemóveis no ar, Mishlawi deu o mote para a noite que se seguia. Um coro bem composto acompanhou-o em “All Night”. O novo “puto maravilha” deixou-nos com uma boa amostra do seu trabalho e vontade de ouvir mais. Para quem não conhecia foi certamente uma boa surpresa.
Richie pediu e o público correspondeu: 14 mil pessoas – como o próprio confirmou – juntaram-se no Parque das Nações para participar na noite mais especial da carreira do artista até à data. Nem o imenso frio que se fazia sentir foi suficiente para afastar os muitos fãs que esperavam com expectativa dançar ao som da sua música. Richie rapidamente fez por merecer a devoção quando abriu o concerto com os sons festivaleiros “Love Is An Addiction” e “Get With You”. Seguiu-se “Blame It On Me”, “a música que começou isto tudo” nas palavras do próprio, todos temas do álbum “Focused” de 2012, que o lançou para a ribalta. Introduziu depois a nova fase da carreira perguntando “quem é que já ouviu a nova mixtape chamada Lisboa?!”. O público estava receptivo e, acompanhando a enorme agitação, os calorosos aplausos e assobios, começámos a ouvir “Pray”. Richie Campbell como que nos convidava a fazer parte duma cerimónia íntima e a grande sala iluminou-se de telemóveis. Depois de “Rio”, Slow J subiu ao palco para ser recebido com uma das maiores ovações da noite e acompanhar Richie no novo hit “Water”.
Com a incrível 911 Band como background, o cantor foi sentindo o pulso à audiência “saltem connosco”, pediu várias vezes, e nós obedecemos. Em seguida “Heaven” e logo depois “Midnight In Lisbon”, duas das músicas mais esperadas, foram entoadas por uma plateia cheia de boas energias. O regresso a “In The 876” foi marcado pelo tema “Better Than Today” mas logo a seguir voltámos a “Lisboa” com o som tropical de “Stress”, que não deixou ninguém indiferente. Foi a dançar que demos as boas vindas a Plutónio, outra promessa da Bridgetown, para o ouvir em “Não Vales Nada”, a solo, e em “Eyes Open”, em dueto. O pé partido “para dar um avanço aos outros rappers” só não o deixou saltar connosco, como gracejou Richie, porque a sua performance new wave só veio abrilhantar todo o espectáculo.
“Têm de aprender o refrão antes de começar” pediu o músico de Caxias antes de introduzir “Give Up”, o tema preferido da mãe, da nova mixtape. Ao recapitular as dificuldades pelas quais teve de passar para vingar na indústria da música, Richie deixou uma mensagem para aqueles que querem começar a sua carreira “nunca desistam, tudo é possível (…) ainda que todos vos digam que não vai resultar”. Não fosse ele o melhor exemplo disso mesmo. Seguiu-se “Slowly”, com a simpática Beatriz a dançar ao som dos ritmos africanos. “Lisboa, are you feeling it?!!!”…e estávamos! “I Feel Amazing” e “Best Friend” surgiram no fim para serem cantadas de forma quase nostálgica por um coro de 14 mil pessoas. “Do You No Wrong” foi o encore, demasiado curto depois de 2h de concerto.
Encontrámos um Richie Campbell com uma nova estética, mais maduro -, ainda que mantendo as raízes R&B, Reggae rub a dub e Soul a que nos habituou tão bem, – claramente emocionado e muito grato aos fãs que o acompanham. “Espero estar um dia desse lado a ver Dengaz, Plutónio, Mishlawi a atuarem aqui na Altice, num concerto deles” disse no final da noite.
Ficamos ansiosamente à espera do próximo concerto e das novas músicas que terá para nos apresentar. Acho que nos deixou viciados. Big Up!