O Belenenses foi hoje derrotado no Estádio AXA por 2-1. Num jogo marcado por lances polémicos e duas expulsões, o resultado acaba por ser injusto para os forasteiros, que tiveram uma 2ª parte de grande nível na qual poderiam ter empatado.
Os azuis apresentaram-se no Minho com uma equipa totalmente renovada. Apenas Filipe Ferreira e Rubén Pinto são habituais titulares na turma lisboeta. Todos os outros – uns mais, outros menos -, eram novidade. Existia muita ansiedade por parte de todos os adeptos azuis para ver como o técnico espanhol ia moldar a equipa ao seu estilo. O certo é que isso foi bem notório. Uma pressão muito alta, conjugada com um meio-campo apenas com um pivot e dois médios mais adiantados no terreno. Era um onze escalado para ir à procura do prejuízo. O único problema acabou por ser o de sempre: a defesa. Duas grandes desatenções defensivas – inadmissíveis a este nível – foram coroadas com dois bons golos dos arsenalistas. O primeiro por Pedro Santos numa boa jogada individual aproveitado o contrapé defensivo dos homens de Belém; e o segundo com Rui Fonte à segunda a empurrar a bola para o fundo das redes, após uma grave falha da defesa azul. O Belenenses continuava a sua toada pressionante, mas eram os minhotos que mandavam no jogo a seu bel-prazer. Os passes dos forasteiros não saíam direccionados e os nervos era mais do que visíveis. Só Rubén Pinto estava inspirado neste capítulo. O intervalo chegou, mas não sem antes, 5 minutos antes, o árbitro ter inventado uma expulsão para o lado dos lisboetas. João Amorim, que já ia em desiquilíbrio após ter sido tocado por um jogado do Braga, acerca de raspão com os pitons no jogador dos da casa. Vermelho directo, foi a sentença.
Com um atraso de 10 minutos – por motivos ainda desconhecidos – a equipa do Belenenses subiu ao relvado com Geraldes em vez de Tiago Silva e com uma nova postura. Entrou mandão, pressionante e acutilante nos movimentos de ruptura, que nem sempre saíam bem. O Sporting de Braga ficou também reduzido a 10 logo no inicio da 2ª parte, por acumulação de amarelos de Hassan. Aí o jogo tomou outra toada e foram os homens da cruz de cristo que passaram a mandar no jogo. Mais posse de bola e lances de perigo. Tudo melhorou com a entrada – ao fim de 3 meses de ausência – de Miguel Rosa, que foi o impulsionador da equipa azul. Por fim, quando Tiago Caeiro entrou, a vertente ofensiva da equipa azul ganhou outra forma e só não resultou em mais golos por efectivo azar. Do lado defensivo, os centrais e os laterais continuavam permeáveis e Ricardo Ribeiro sentiu os diversos assobios a si dirigidos. O Belenenses ainda chegou ao golo de consolação à passagem dos 87 minutos, por intermédio de Tiago Caeiro, que culminou na perfeição uma boa jogada colectiva. Até ao fim ainda houve mais uma oportunidade de golo que não foi concretizada por mão na bola de Betinho.
A derrota pesa sempre, mas esta é diferente. Traz ventos de mudança. Ventos de um novo futebol e um novo estilo de jogo que condiz muito mais com as aspirações dos azuis. Há matéria-prima, há, agora, ideia de jogo; só falta materializar em golos.