Portugal e Sérvia enfrentaram-se hoje, no Estádio da Luz, naquele que foi, para ambas as equipas, um jogo decisivo e fulcral. Do lado de Portugal, as contas ficam mais fáceis, passando os portugueses apenas a depender deles mesmos, do lado dos sérvios, o apuramento é cada vez mais uma miragem. Hoje, perante as 58.430 pessoas que se deslocaram ao recinto da Luz, a vitória soube bem melhor do que a exibição.
As novidades começaram logo no onze titular. Fernando Santos, com Ilídio Vale no comando, optou pelo sistema de 4-4-2 clássico, apostando em Ricardo Carvalho no eixo da defesa, substituindo o lesionado, Pepe, em Coentrão a médio-esquerdo e em Eliseu a defesa-esquerdo. Bem como o regresso de Bonsigwa. Com um onze bastante diferente e, claramente, com menos qualidade do que o habitual, Portugal até começou bem, tenho aos 3 minutos o primeiro remate, por intermédio de Danny. Com o bom ambiente que se fazia sentir no estádio, a equipa galvanizou-se e dispôs igualmente do primeiro canto aos 5 minutos de jogo. Com a acutilância portuguesa, seria de esperar o que se festejou ao 10º minuto de jogo: o golo. Na sequência de um canto curto, Coentrão cruza para área onde, completamente sozinho, Ricardo Carvalho atira de cabeça para o fundo das redes. Estava feito o primeiro. Contudo, a Sérvia não se ficou. Aos 13 minutos conseguiam o seu primeiro canto e, na sequência desse canto, o autor do golo, Ricardo Carvalho, lesionava-se. Entrava assim José Fonte, para o seu lugar à passagem dos 15 minutos.
O futebol praticado até aos 25 minutos não era mau, muita mobilidade, algum dinamismo, faltava apenas o último passe. A defesa estava algo nervosa, sobretudo Eliseu, que falhava constantemente. A partir dos 25 minutos, foi a vez da Sérvia mostrar alguma coisa. No entanto, um pouco contra a corrente do jogo na altura, Ronaldo saca um coelho da sua larga cartola e, aos 28 minutos, atira um míssil para a baliza de Stoijkovic que faz uma enorme defesa. No momento a seguir, tem mais uma grande jogada que resulta em novo canto.
O sistema 4-4-2 era dinâmico, muitas vezes transformava-se num 4-3-3, sobretudo no processo ofensivo, com Cristiano na esquerda, Coentrão como interior e Danny como falso 9. O jogo arrefeceu a partir da meia hora. Portugal tinha a bola mas nada fazia com ela, a Sérvia anda a correr atrás e pouco ou nada conseguia. Aos 39 minutos, Moutinho – o melhor em campo! -, numa jogada individual foi contra a monotonia do jogo. Aos 41 minutos, após uma escaramuça desnecessária, Coentrão levou um cartão amarelo. Boa arbitragem na 1ª parte.
Chegava o intervalo e ainda bem, diziam os adeptos enfastiados. Um jogo morno, sem grandes oportunidades de golo, lances de belo efeito ou momentos de interesse, valia Moutinho e a sua genialidade, Tiago e a sua classe e Ronaldo a espaços. A intensidade e a criatividade eram algo que faltava à equipa portuguesa, que o digam Danny, Nani e Eliseu, que estavam a ser uma completa nulidade.
A 2ª parte começa logo com o livre perigoso para a Sérvia, que, felizmente, não resulta em nada que mereça ser realçado. Os visitantes viriam a dar continuidade ao seu bom momento, tendo uma excelente jogada à passagem do minuto 52. Até que, aos 60 minutos, na sequência de um pontapé de canto, Mátic, completamente sozinho e em jogo – graças a Eliseu -, num remate acrobático, colocava a bola no fundo das redes e empatava o jogo. No entanto, esse resultado pouco ou nada durou. À passagem do minuto 62, após um bom passe de Ronaldo, João Moutinho, coloca a bola tensa para os pés de Fábio Coentrão, que só tem de encostar para o fundo das redes. Estava feito o 2-1 e o alívio nas bancadas era notório.
A partir do golo os forasteiros passaram a ter mais posse de bola, sem nunca causarem calafrios à defesa nacional. Aos 76 minutos tiveram um remate perigoso. Um minuto depois, aos 77, Portugal e a Sérvia faziam ambos uma alteração, no lado da equipa das quinas, entrava Ricardo Quaresma para a saída de Coentrão, que foi preponderante no jogo, tendo contribuído com um golo e uma assistência.
Até final, ainda entrou William Carvalho substituindo Danny, um dos piores em campo por parte de Portugal. A vantagem foi segurada até ao fim, sem muitos pontos de interesse.
Chegava assim ao fim um jogo que valeu inteiramente pelo resultado, uma vez que a exibição foi mediana, para não dizer fraquinha. Safaram-se os dois homens do meio-campo, João Moutinho, o melhor em campo, e Tiago, e Fábio Coentrão, que teve um papel fulcral nos golos. De resto, foi tudo sofrível, com excepção de Eliseu, Danny e Nani, que foram horrendos.
O apuramento só depende de nós, veremos o que nos espera, a jogar desta forma, os tempos não serão fáceis.
A Comunidade Azul voltará a estar presente Terça-feira, no Estoril, onde, expectavelmente, Ventura e Rui Fonte se estrearão com a camisola das quinas.