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«É preciso um novo acordo parassocial»

«É preciso um novo acordo parassocial»

R – Como estão as relações com a SAD?

PMC – Normalizadas, mas é preciso passarmos aos atos, mostrando que remamos para o mesmo lado. Percebo, contudo, que existe nos contratos assinados uma zona cinzenta que é potencialmente geradora de conflitos, mas vamos atuar com boa fé. São questões de ordem financeira, nomeadamente no que se refere à transição dos jogadores para o futebol sénior e às contrapartidas a receber pelo clube. Dou-lhe o exemplo do Dálcio, jovem que assinou recentemente contrato profissional. Tem três anos de formação e não houve comunicação. Oclube não salvaguardou contrapartidas presentes ou futuras.

R – Na política de aproximação e querendo o futebol profissional no Restelo, admite voltar a arrelvar o campo 2 e transferir o novo sintético para as Salésias?

PMC – Há sinais de aproximação. Ainda no jogo com o Boavista, a SAD ofereceu “blue cards” aos vencedores da última Taça para o clube e eu fiz a entrega, também está definido que os jogadores do plantel sénior serão sócios pagando quotas, além de estar previsto que colaborem em termos de imagem e sejam patronos das equipas jovens. Por outro lado, vamos nomear um administrador para representar os 10 por cento do clube e queremos ser mais opinativos. Quanto à transferência do sintético para as Salésias, está tudo em aberto. Já agora, digo-lhe que o novo sintético, feito em cima das eleições, não está pago. Há 200 mil euros em dívida e até os festivais das Testemunhas de Jeová foram dados como garantia, ficando esta direção impedida de mexer nessas receitas.

R – A hipótese de avançar para a recompra da SAD está afastada?

PMC – O acordo parassocial foi denunciado e é um dos pontos que pode gerar conflito. Vai haver necessidade de elaborar um novo ou então o clube terá de reagir juridicamente à denúncia da SAD, mas é evidente que tentaremos evitar isso pela via diplomática e negocial. As relações não podem continuar desreguladas e os interesses do clube têm de ser acautelados. Não estou preocupado com a recompra, mas é preciso que o Belenenses tenha prioridade no dia em que a Codecity quiser vender…

R –… O clube não pode interessar-se?

PMC – Oacordo parassocial previa janelas em que a Codecity era obrigada a vender na data x ou y mediante valores com os quais não concordava, outra das zonas cinzentas que a anterior direção permitiu. Se um dia o Belenenses puder apresentar uma proposta que seja satisfatória depois de feito o novo acordo parassocial, cá estaremos para falar.

Fonte: Record

 

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