Luis Santos 
O primeiro jogo de Jorge Simão ao leme da nau azul não navegou por águas tranquilas já que ditou logo uma deslocação ao Bessa e que terminou com uma derrota por uma bola a zero num ‘mar’ sintético que só esta temporada e a contar para a Primeira Liga já ali afundou: Académica, Gil Vicente, Penafiel, Arouca, Sp. Braga, V. Guimarães. Já o Rio Ave bracejou para se manter à tona de água e dali sair com um empate a uma bola.
Ao contrário do que escrevem/dizem, ainda que no meu entender injustamente, não me parece que a culpa deste resultado se deva ao recém chegado treinador. Foi uma derrota por uma bola a zero num jogo em que não houve registo de grandes lances de perigo de parte a parte. Caso não se tenham apercebido ainda, num jogo de futebol existem três resultados possíveis, vitória, empate e derrota. É certo que nunca gostamos de perder, mas uma derrota não faz de nós a pior equipa, nem faz do técnico o pior treinador.
Este foi só mais um episódio, que como em tudo no Belenenses, existe e existirão sempre as várias fações: a saída do Lito é só mais uma para uma divisória nos tão poucos adeptos que ao estádio ocorrem, atrevo-me a dizer que pelos lados do Restelo deverá existir fações com um só ‘militante’, ora terminado o jogo com uma derrota, obviamente fizeram-se ouvir duas dessas facções, a ‘Pró Lito’ e a ‘Deita abaixo a SAD/RPS’, mas se esses grupos tentarem pelo menos analisar somente os factos estatísticos e deixarem de lado os ódios gratuitos, talvez consigam ver as coisas de uma outra forma. Bem sabemos que os olhos flamejados de ódio nos faz ter uma visão turva das coisas, mas não custa tentar. Ora Lito Vidigal fez muito pelo nosso Clube, salvou-nos da descida quando já praticamente não se acreditava que fosse possível e esta temporada conseguiu alcançar o objetivo proposto [manutenção], assim como deixou a equipa no sétimo lugar, conseguiu então na Primeira Liga, qualquer coisa como:
25 jogos, 9 vitórias, 9 empates e 7 derrotas, venceu o Guimarães, Gil Vicente, Moreirense, Boavista, Estoril Praia, Nacional, Penafiel e o Maritimo por duas vezes. No que aos empates diz respeito e se aplicarmos a mesma ‘bitola’ com que estamos a classificar esta derrota com o Boavista então podemos considerar dois resultados como eventualmente “menos maus” e os restantes nem tanto e de difícil encaixe por serem contra supostamente equipas ao alcance da do Belenenses, empatou com: Estoril, Penafiel, Académica, Rio Ave, Arouca, duas vezes com o Sporting e em casa e fora com o Setúbal, qualquer coisa como 14 pontos perdidos (atenção mantendo o elevado grau de exigência que se aplica no último confronto). E derrotas? Duas com o Paços de Ferreira e uma com Nacional, Porto, Braga, Benfica e Guimarães. Neste caso e pegando só no fator “casa” e no mesmo grau de exigência, perdemos mais 6 pontos nos confrontos com Paços de Ferreira e Guimarães, e vão 20, estariamos agora no 3.º lugar com os mesmo pontos do Sporting. Deixando-nos de questões utópicas e mantendo igualdade de critérios então a quem pede já a ‘cabeça’ do recém chegado, também deveria ter pedido a do Lito já que nos últimos 3 fez dois pontos com dois empates um em casa frente ao Estoril e outro em Setúbal, não esquecendo a derrota em casa na receção ao Paço de Ferreira. Tem a benesse do que fez para trás? Também ao Jorge Simão! Devemos dar a oportunidade, pelo que fez no ano da subida de divisão enquanto adjunto do Mitchel por ainda só ter ‘dado’ cinco treinos numa semana atribulada em que antes de começar a trabalhar já lhe tinham feito as malas.
E o burro é o Jorge Simão?
