Para este jogo contra o Boavista uma coisa era certa: que seria disputado num sintético. O mal, é que para além de sintético, é um mau sintético. Isso só por si não justifica a fraca qualidade do futebol praticado mas explica as muitas escorregadelas, dificuldade em fazer mudanças de velocidade e de direção. Tendo o Belenenses jogadores mais “tecnicistas” e com maior qualidade, ajuda a perceber parte do que se passou.
Pouco tempo passado do início do jogo e já “cheirava” a um resultado semelhante ao do encontro com o Rio-Ave. Jogava-se de forma lenta, a escolha de 4 centrais para toda a linha defensiva mostrava que as possibilidades de criar desequilíbrios pelas linhas seriam poucas e alguns dos nossos melhores jogadores estavam “desinspirados”. Más decisões, passes mal efetuados, lentidão generalizada.
Antes do intervalo, a equipa acelerou um pouco com Miguel Rosa finalmente a conseguir criar alguns lances de maior perigo. No entanto, o apito do final da primeira parte serviu para lembrar os jogadores que este era um jogo da Taça da Liga e como Taça “menor”, o futebol praticado também deveria ser esse. O nulo refletia o que se ia passando no campo.
O início da primeira parte nada trouxe de novo e o Estádio praticamente vazio, dava a entender que a partida de futebol que estava a decorrer, seria pouco mais de um treino.
Aos 57 minutos, Lito decide mexer no jogo e faz entrar Fábio Sturgeon. E Sturgeon mexe de facto no jogo. Começa-se a praticar um futebol mais rápido, mais acutilante. Mas se estávamos convencidos que esta fase iria durar, enganámo-nos: foram cerca de 10 minutos de futebol, um oásis nesta partida. Mesmo com as substituições que se foram sucedendo, pouco ou nada mudou. E o campo… o sintético. Já vi e pratiquei desporto em alguns sintéticos, mas acho que foi a primeira vez que vi um com tão pouca qualidade.
Curioso foi também ver os alguns adeptos do Boavista a gritar para que o Belenenses jogasse à bola, quando tinham os seus 11 jogadores dentro da sua área. Infelizmente mostra bem como aquele clube se encontra afastado da realidade futebolística dos nossos dias, onde não basta ter um treinador a gritar e 11 homens dentro de campo a correr de um lado para o outro. Mesmo assim, esses 11 homens conseguiram empatar com o Belenenses, que também não conseguiu fazer mais para merecer a vitória.
Fica a sensação que a Taça da Liga é semelhante a um vírus que ataca o sistema imunitário dos jogadores impedindo-os de se sentirem com forças para praticarem o futebol que esta época já mostraram ser capazes de praticar.