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Natal dos Florêncio com Belém no coração

Natal dos Florêncio com Belém no coração

O clã Florêncio está de volta a Portugal. O pai João, à beira de se tornar no primeiro treinador lusitano de andebol a atuar nuns Jogos Olímpicos – pela equipa feminina de Angola –, aproveitou umas férias para estar com a família e amigos, num Natal que tem o Belenenses no coração. Assim como o seu filho, também João, técnico recentemente contratado com a missão de manter o clube do Restelo na 1.ª Divisão.

O pai João Florêncio, de 61 anos, começou o seu trajeto no Passos Manuel, onde começou a treinar aos 16 anos e por lá se manteve durante 35, como jogador, dirigente e treinador. Ainda passou pelo Boa Hora e Académica da Amadora, mas foi no Belenenses que ganhou um maior reconhecimento, designadamente quando ficou em 3.º no Campeonato em 2008, numa época em que o filho foi campeão pelo Benfica, como adjunto de Aleksander Donner. O pai Florêncio foi ainda campeão feminino pelo Gil Eanes e selecionador nacional feminino. Agora, em Angola, tem tido uma projeção ímpar, após a qualificação para os Jogos Olímpicos. “O andebol feminino é a modalidade rainha em Angola. Estamos apurados para o Rio’2016, atingimos os oitavos-de-final do Mundial e conquistámos o ouro no Pan-africano. Vai ser enriquecedor estar presente numa prova tão seletiva”, considerou João Florêncio.

Já o filho, de 36 anos, retomou o seu trajeto como técnico do Belenenses, que desde a sua chegada já ganhou três jogos, perdendo dois: “Vamos sair do fundo da tabela. A força do andebol é por os clubes grandes estarem na 1.ª Divisão. É esse o lugar do Belenenses.”

O melhor do Mundo mesmo com Donner

Para o filho João, que já trabalhou com treinadores como Mourinho (num estágio em Inglaterra) ou Donner, o pai continua a ser muito especial: “Sou suspeito, mas ele é o melhor do Mundo. Toda a vida temos tido um projeto conjunto, pois ele sabe como eu penso e eu sei como ele pensa. Trocamos ideias e falamos de andebol. Defrontámo-nos quando ele estava no Belenenses e eu no Benfica, em jogos com resultados muito divididos. O falecido Donner perguntava-me : ‘ Mas como é que o teu pai faz que ganha os jogos com aqueles jogadores tão pequeninos?’”

Sonho seria discutir um título nacional

Já houve abordagens para João Florêncio pai treinar um clube candidato ao título, mas a oportunidade nunca se concretizou. Todavia, o sonho mantém-se. “Gostaria de ter a oportunidade de discutir um título nacional. Estou vivo e ativo, atualizado com o andebol mais evoluído que se pratica no Mundo, pelo que gostaria de terminar a minha carreira com outro tipo de afirmação em Portugal.”

Sobre o andebol masculino no nosso país, considera que o nível está muito próximo das melhores equipas, mas que no sector feminino tem havido regressão: “Diminuiu-se o fosso, mas não tem havido apostas.”

A importância dos amigos e da família

O filho João Florêncio esteve até há pouco tempo em Angola, tendo conquistado pelo 1.º de Agosto (femininos) dois títulos continentais, uma Supertaça e uma Taça das Taças, para além de dois campeonatos nacionais. Este Natal acabou por ser especial: “Quando se está fora sofremos. Os emigrantes sabem isso. Volto para ao pé do meu filho, da família e amigos. Mais do que ganhar títulos, ter saúde e estar com a família é essencial.” Também o pai Florêncio sente outras emoções desde que emigrou: “Voltamos com necessidade da família e dos amigos. No Natal comemos e bebemos, confraternizando. O valor da amizade é o mais importante na vida.”

Autor: Alexandre Reis
Fonte: Record

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