Era inevitável que o regresso do universo mágico da escritora J.K. Rowling não trouxesse muitas memórias aos jovens que cresceram a ler ou ver a saga de Harry Potter mas Monstros Fantásticos & Onde Encontrá-los encontrou o seu próprio espaço.
Quem acha que vai ver uma reencenação de Harry Potter pode esquecer pois, apesar do mundo mágico e muitas alusões à saga anterior estarem presentes, a história segue um enredo totalmente diferente.
A ante-estreia em Portugal de “Monstros Fantásticos & Onde Encontrá-los“, realizada no Cinema NOS do Colombo, teve direito a uma festa temática com muito cosplay dos fãs e, antes do filme, toda a sala acompanhou a passadeira vermelha (ou azul, neste caso) em directo de Londres. Houve até um momento para os fãs portugueses mandarem uma mensagem para os actores que estavam em Londres.
O filme foi construído numa visão a longo prazo, para ser uma introdução aos próximos quatro filmes, deixando muitas pontas soltas sobre a história e sem apresentar profundamente as personagens.
O vencedor de Óscar de Melhor Actor Eddie Redmayne (“A Teoria de Tudo”, “A Rapariga Dinamarquesa”) surge no papel principal como o magizoólogo Newt Scamander, sob a direcção de David Yates, realizador dos últimos quatros filme da saga “Harry Potter”. |
Por outro lado, desde cedo começa a conquistar os fãs com o drama e as bases necessárias para a criação de um elo entre público e personagens, que irá aumentar de filme para filme. Newt Scamander, interpretado por Eddie Redmayne, é o exemplo da ligação que é criada mas certas criaturas adoráveis que fazem os seus disparates ajudam a aumentar uma carga emocional que já atingia níveis elevados antes do filme começar.
O pequeno niffler irá encantar com os seus disparatesA sensação, bem conseguida, de estarmos no mesmo universo deve-se muito à presença de vários nomes que trabalharam na saga Harry Potter, como é o caso do director David Yates ou dos produtores David Heyman, J.K. Rowling, Steve Kloves e Lionel Wigram.
O tom da narrativa é mais negro e adulto, tal como podemos ver na representação séria de Colin Farrell, como agente Graves, e no sentimento de dor de Credence, interpretado por Ezra Miller.
Apesar disso, a palavra certa para o filme é equilíbrio, o lado negro é compensado pelos inúmeros momentos de comédia e romance, a nostalgia é balanceada com o mundo novo por descobrir.
O fim do filme é em crescendo, com o nível de acção e drama a subirem uma revelação que ninguém contava para este filme e prende os fãs aos próximos filmes.
À saída do cinema o sorriso nas caras dos fãs era igual ao de quando tinham descoberto o universo de Harry Potter.
Está de regresso a ansiedade dos fãs por novidades deste mundo mágico. Resta esperar pelo próximo filme de Monstros fantásticos, que em princípio será passado em Paris e que poderá começar a fechar várias das ramificações da história que são demasiado complexas para serem explicadas no primeiro filme.