“Estou preparado para jogar e sei que vou estar pronto quando surgir a oportunidade” – Mica Pinto
Em entrevista publicada no novo site da SAD do Belenenses, Mica Pinto fez uma retrospectiva ao tempo que está em Portugal e à sua carreira como profissional.
Nesta entrevista à equipa de comunicação o defesa abordou ainda a sua transferência para o Restelo, confira tudo na entrevista abaixo, na íntegra:
Nasceste no Luxemburgo e vieste para Portugal em 2007, mais concretamente para os iniciados do Sporting, onde fizeste o resto da tua formação até que foste lançado na equipa B em 2012. Como foram esses anos?
Foram cinco anos muito bons, onde aprendi muito. Foi lá que me formei como jogador e como homem e estou muito agradecido a todas as pessoas que se cruzaram comigo ao longo dessa caminhada.
Seguiu-se o Mundial de sub-20, na Turquia, em 2013…
Foi uma experiência única e um marco importante na minha carreira. É certo que podia ter corrido melhor, porque fomos eliminados nos oitavos de final, mas realizei um sonho que já perseguia há algum tempo.
Depois de 90 jogos na Segunda Liga, surgiu o empréstimo ao Recreativo (Espanha) na primeira metade da última época… Sentiste necessidade de emigrar?
Estava muito confortável no Sporting B. Sentia que, jogando bem ou não, tinha sempre lugar. E ainda por cima era capitão. Por isso, tinha necessidade de um novo desafio e fiz uma boa escolha.
Regressaste ao Sporting e, pouco tempo depois, tiveste o pior momento da tua carreira…
Tive uma lesão grave no joelho direito e foram sete meses muito complicados. Passei muito mal e pensei mesmo em desistir do futebol. Sofri bastante, mas o importante é que já passou e agora sinto-me muito bem.
Até que, no último verão, surgiu a proposta do Belenenses. Como se desenrolou o processo?
Estava na Academia a fazer recuperação e ligaram-me a contar sobre o interesse. Sinceramente não estava à espera, porque estava lesionado. Claro que nem hesitei, aceitei imediatamente, sem sequer perguntar qual seria o salário.
O que levou a desvinculares-te do Sporting e assinar pelo Belenenses?
Sabia que vinha para um grande clube e as minhas expectativas estão a ser correspondidas. Jogar na Primeira Liga também foi um fator essencial na minha decisão, por isso aceitei logo a proposta.
Ainda terminaste a tua recuperação no Restelo, sentes que foste uma aposta de risco?
Quando o Belenenses me abordou, fui sincero. Informei sobre a minha situação e de que iria precisar de tempo para voltar a sentir-me bem. Para além dos seis meses parado, não é fácil voltar a ganhar confiança. Tenho noção que nem todos os clubes o fazem, mas o Belenenses decidiu apostar em mim e estou eternamente agradecido pela confiança e por todo o apoio que me deram desde o primeiro dia.
Aos 23 anos, que balanço fazes deste ano de estreia na Primeira Liga?
Não tenho jogado muito, por isso podia ser melhor. Mas tenho aprendido muito. Às vezes, quando somos pouco utilizados , ficamos mais maduros. Por outro lado, não tenho problemas em admitir que o Florent tem estado muito bem e é bom jogador. Temos uma concorrência saudável e isso ajuda-nos a crescer.
Essa concorrência na tua posição também se estende ao resto do plantel?
Temos um plantel vasto e recheado de boas soluções. É muito competitivo e praticamente não se nota quando há alterações na equipa, como foi o caso do jogo com o FC Porto para a Taça CTT. Isso não acontece por acaso, porque somos uma equipa que trabalha forte diariamente e muito unida.
Tens apenas seis jogos realizados (4 Liga NOS e 2 Taça CTT). Apesar de não seres aposta regular, encaras esta época como um ano de aprendizagem?
Sem dúvida. Depois da lesão, sabia que ia ser um ano complicado, mas quero jogar o máximo de tempo possível. Agora sinto-me bem. Estou preparado para jogar e sei que vou estar pronto quando surgir a oportunidade.
O Belenenses tem vindo sempre a somar nos últimos três jogos mas, ainda assim, podia ter sido melhor…
É verdade, sobretudo nos jogos frente ao Tondela e Nacional. Entramos em todos os jogos para ganhar e sentimos que fizemos de tudo para merecer a vitória. Jogamos bem, corremos, lutamos, mas também nos tem faltado uma pontinha de sorte. Vai aparecer. Temos de estar tranquilos e continuar o nosso trabalho.
Segue-se a receção ao Vitória de Guimarães, no próximo domingo, às 18 horas. Qual a antevisão para esta partida?
Vai ser um jogo complicado contra uma grande equipa, bem orientada e com bons jogadores. No entanto, nós sabemos o nosso valor e, jogando em casa, temos obrigação de ganhar. Somos uma das boas equipas do nosso campeonato, por isso nada temos que temer.
Os últimos três jogos entre azuis e vimaranenses acabaram empatados. Perspetivas um jogo equilibrado?
São duas equipas com muita qualidade, que jogam um futebol atrativo e privilegiam a posse de bola. Vamos tentar assumir o jogo e entrar em campo só com o pensamento na vitória.