Matt Jones – Está a correr bem, mas ainda é muito cedo, porque apenas estão disputadas dez jornadas. A nossa única meta definida é a permanência. Queremos atingir os 30 pontos, que permitem alguma segurança. Estamos com os pés no chão e focados no nosso objetivo.
R – É essa a mentalidade que Lito Vidigal vos transmite?
MJ – Pensamos jogo a jogo e o treinador reforça essa ideia todos os dias. Pensamos em cada jogo na devida altura. Neste momento, estamos preocupados com o Trofense e só posteriormente vamos pensar no Arouca e no Benfica. Isso é muito importante para a malta se manter sempre realista. Se a cabeça começa a pensar noutras coisas, tudo pode correr pior.
R – A experiência do ano anterior, com muito sofrimento, foi fundamental?
MJ – Foi muito importante. Infelizmente, só conseguimos o objetivo no último jogo da época. Hoje sentimo-nos muito mais fortes. Eu não esperava esta pontuação, mas existiu sempre confiança, porque temos qualidade e um grupo que trabalha muito. Até podíamos ter mais pontos. Lembro-me do empate com o V. Setúbal num jogo em que devíamos ter ganho.
R – O que mudou com Lito Vidigal?
MJ – A mentalidade. Tem um espírito vencedor e não deixa a malta descansar nem um minuto. Está sempre em cima de nós para trabalharmos mais e melhorarmos a cada dia. Por isso, mantemos o foco naquilo que é o mais importante e os resultados estão à vista.
R – Não há-de ser muito difícil o Belenenses chegar aos 30 pontos. Até onde podem chegar?
MJ – Depois de lá chegarmos, seremos livres para fazermos o que quisermos sem pressão. Na época passada existiu imensa, com muitos jogos de vida ou de morte. Não quero dizer que vamos à Liga Europa, porque é muito difícil, mas se continuarmos com a mesma atitude e entrega, não há razão para não continuarmos lá em cima.
R – O calendário vai apertar, visto que terão de enfrentar até ao final da 1.ª volta Benfica, FC Porto, Sp. Braga, Rio Ave…
MJ – Será provavelmente a fase mais difícil, mas existirá também mais motivação. Não vamos passear nesses jogos e teremos sempre a intenção de ganhar. Queremos sempre os três pontos.
R – E a Taça? É um objetivo?
MJ – A chegada às meias-finais há duas épocas foi um dos melhores momentos da minha carreira. Esta época não será surpreendente se atingirmos a final. Podemos vencer qualquer equipa em Portugal. Não interessa se é o Benfica ou o Trofense.
R – Parece ter regressado o espírito com que subiram de divisão. Parecia que a vitória acabaria por acontecer em qualquer jogo. É o que acontece atualmente?
MJ – Era mesmo assim. Estávamos cheios de confiança. Empatados ou a perder, sentíamos sempre que podíamos virar o resultado. Hoje acontece o mesmo. Entramos em qualquer jogo para ganhar, porque temos uma grande crença. É por isso que estamos em quarto lugar.
R – É totalista no campeonato. Como vê a sua concorrência?
MJ – A situação do Filipe Mendes é muito triste, visto que se lesionou sozinho. Não é só um colega, é também um amigo com quem já tinha jogado no Santa Clara. Sei que vai recuperar e voltar mais forte. Temos ainda o Ventura e agora o Pedro Cavadas, que têm valor e estão a trabalhar bem. Eu tenho merecido a confiança, mas a decisão não é fácil. É ao treinador que cabe decidir.
Fonte: Record