Julio Velázquez deu uma entrevista hoje ao site Mais Futebol (conduzida por David Marques), aproveitando para falar do seu percurso no futebol e a paixão que sente por este desporto que o levou a tornar-se treinador, como também dos objectivos actuais e futuros do clube e o processo de adaptação ao Belenenses.
Ficam aqui algumas das questões mais relevantes da entrevista (poderão consultar a entrevista completa no Mais Futebol):
Isso (o facto de já conhecer bem o futebol português e o Belenenses) facilitou de certa forma a sua integração ao clube quando chegou em dezembro?
“Não. O que facilitou foi o facto de o Belenenses ser um clube muito familiar, com boas pessoas e gente trabalhadora, que ajuda que a integração de qualquer pessoa se torne mais fácil. Isso facilitou a integração de toda a equipa técnica.”
Quando chegou em dezembro ao Belenenses, a equipa estava apenas três pontos acima da linha de água. Encontrou um grupo fragilizado?
“Não. Encontrei um balneário muito bom, com excelentes pessoas e gente muito trabalhadora. É claro que quando estás a esses pontos da descida, a situação é delicada, mas graças ao trabalho dos jogadores conseguimos tirar a equipa do lugar onde estava. Agora estamos dez pontos acima da zona de descida. Isso diz muito sobre a equipa, os jogadores e sobre o trabalho que temos realizado.”
É fácil chegar uma equipa onde se herda jogadores que não se escolhe e pô-la a jogar um futebol com outras ideias?
O futebol não é nosso! O futebol é dos jogadores. Nós estamos lá para tentar implementar qualidades. O fundamental é ter capacidade de adaptação.
O respeito pelos adeptos é assim tão importante para si?
“Sim. Creio que isso é fundamental. Este desporto está relacionado com paixão, sentimento pelo escudo. Os adeptos são fundamentais neste desporto. Quem é mais importante são os futebolistas e os adeptos. Nós [treinadores] só temos de tentar incomodar o menos possível.”
Está há mais de três meses no Belenenses. A equipa já joga à sua imagem?
“Não quero que jogue à minha imagem. Quero que a equipa jogue o que o potencial dos jogadores permite. Esse é o meu objetivo. Mas estou muito feliz pelo modo como tudo se tem desenvolvido. Quando chegámos, estávamos numa situação dificílima, animicamente abalados.”
O que é que ainda é possível melhorar? O Belenenses ainda é a equipa mais batida do campeonato.
“Quando chegámos havia uma diferença brutal em relação a isso. Reduzimos a média de golos sofridos e isso é muito positivo. Esperamos manter isso até ao final da temporada.”
Onde quer chegar este Belenenses?
“A manutenção ainda não está matematicamente garantida. Em condições normais, 30 ou 31 pontos deveriam bastar. Temos 33, mas nunca se sabe. Dependerá do que fizerem as equipas que estão abaixo de nós.”
Entretanto, deixou de se falar na descida de divisão e agora o tema é a Liga Europa…
“Respeito as perguntas. Se contabilizássemos as jornadas que disputámos desde que chegámos, seríamos o sexto classificado da Liga, atrás do Arouca e empatados com o Estoril. Têm-se feito muitas coisas bem, mas o mais importante é conseguir a manutenção, que é para isso que fomos contratados. A Liga Europa é para outras equipas que já tinham essas ambições quando nós chegámos. Há outras equipas com essa obrigação.”
Renovou há um mês até 2018. Quais são os objetivos para as próximas duas épocas?
“No ano que vem é ficar na primeira metade da classificação, entre os nove primeiros.”
Costuma ver jogos da formação do Belenenses?
“Quando posso, sim. Vejo.”
Que balanço faz destes primeiros meses no Belenenses?
“Estou muito feliz no clube, em Lisboa, em Portugal e no futebol português. O objetivo é continuar a desfrutar todos os dias. Encontrei um clube familiar, humilde e trabalhador.”