“Ficheiros Secretos à portuguesa” é o novo livro de Joaquim Fernandes que se encontra à venda nas livrarias a partir de hoje. A obra trata-se de uma compilação de diversos fenómenos estranhos que ocorreram em Portugal, desde avistamentos de OVNIS, até outros fenómenos que ainda aguardam por uma explicação.
O autor, já esteve envolvido em diversos projetos que focam este género de tema. Além de ser cofundador do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência, (CTEC), da Universidade Fernando Pessoa, Joaquim Fernandes apresentou a série temática “Encontros Imediatos” emitida na RTP2, foi coautor do guião do telefilme “A Noite do Fim do Mundo” e autor do guião e da apresentação de “As Faces de Fátima” do Canal História.
Joaquim Fernandes tem ainda diversas obras publicadas, nomeadamente romances históricos (“O Cavaleiro da Ilha do Corvo”, “As Curandeiras Chinesas”) e outros ensaios (”O Grande Livro dos Portugueses Esquecidos”, “”Mundos, Mitos e medos – O Céu na Poesia Portuguesa”) . Este trata-se do seu segundo livro lançado pela editora Manuscrito (o primeiro foi “Portugal Insólito”, em 2016). Em comunicado, Tomas George Conceição Silva, General Piloto-aviador e Ex-chefe do Estado Maior da Força Aérea Portuguesa descreve o livro da seguinte forma:
“Este livro é um verdadeiro compêndio de toda a fenomenologia relacionada com o avistamento de objetos voadores não identificados, no Continente e Regiões Autónomas, desde os primórdios do fim da II Guerra Mundial até hoje. As entidades estatais e militares têm o dever de prestar a devida verdadeira informação ao público, mas esta é sempre tendente a ser distorcida ou camuflada, por vezes com artifícios inaceitáveis”.
O CA Notícias procurou saber um pouco mais acerca deste compêndio, pelo que entramos em contacto com o autor para saber mais sobre os fenómenos em torno da obra.
CA Notícias: O que o motivou a escrever uma obra sobre fenómenos estranhos passados em Portugal?
Joaquim Fernandes: Ao longo de várias décadas que tenho estudado a questão dos fenómenos aéreos não identificados no nosso país. Nesta obra apresento uma revisão dos casos mais significativos e identificativos desse tipo de fenómenos analisados pelo lado da respostas das instituições do Estado Português, sobretudo as militares e para-militares ( Força Aérea e GNR) que a dado momento intervieram no terreno em colaboração com grupos de investigação nacionais. Por isso, esta obra é mais um relance de fora para dentro dos fenómenos; ou seja, uma visita ao “interior” dos processos de investigação oficiais e institucionais, paralelos à investigação científica, e em que apresento documentos oficiais inéditos.
CA Notícias: Que género de casos são abordados neste livro? Em que décadas foram registados estes fenómenos?
Joaquim Fernandes: São analisadas situações ocorridas em terra, mar e ar, em diversos contextos em que a investigação científica foi acompanhada por inquéritos oficiais das entidades acima referidas. Esta parceria foi exemplar em ternos internacionais. Os casos mais antigos remontam a 1948, nos Açores.
CA Notícias: Tem algum caso que considere como um “favorito”, ou particularmente interessante, por assim dizer?
Joaquim Fernandes: Sim, talvez o caso de Montejunto, ocorrido em 2 de novembro de 1982, com 3 pilotos da FAP e um estranho objeto voador que foi seguido pelos militares durante cerca de 15 minutos. Ficou em aberto a sua identificação. Até hoje…
CA Notícias: Quando fala sobre estes fenómenos quais as reações que mais costuma encontrar entre os portugueses? Acha que há mais cépticos do que pessoas que acreditam neste género de fenómenos?
Joaquim Fernandes: As reações são paradoxais: há céticos e crentes, mas também reações ponderadas e racionais que admitem todas as respostas possíveis para a natureza deste tipo de fenómenos. Sabemos pouco e devemos prosseguir os objetivos de esclarecimento das zonas de ignorância sobre a Realidade e essa é a função e obrigação da Ciência no seu todo.
CA Notícias: Teve alguma vez a oportunidade de conversar com alguém que tenha testemunhado esses fenómenos de fora? Se sim, as pessoas acreditavam tratar-se de extraterrestres ou mostravam-se mais cépticas quanto a essa possibilidade?
Joaquim Fernandes: Posso dizer que investiguei – com outros colegas – estes relatos, do Minho ao Algarve e as respostas variam muito. Se há pessoas que apontam para a eventual origem “extraterrestre” destes fenómenos, outras há que não as classificam manifestando apenas perplexidade e espanto face ao que dizem ter testemunhado.
CA Notícias: Alguma vez houve tentativa de explicação científica para algum dos fenómenos que refere no seu livro?
Joaquim Fernandes: As respostas que buscamos em Portugal são idênticas às dos outros países. Tem havido tentativas de integrar estas experiências no âmbito da Ciência, mas não tem sido fácil fazê-lo porquanto a sua exploração mediática, pelo menos desde o final da II Guerra Mundial, tendeu sempre à especulação fácil e isso sempre prejudicou a aproximação da comunidade académica ao problema dos OVNIs.
CA Notícias: Acredita que os casos em causa possam realmente ter explicação científica, ou acredita que se possam tratar realmente de um fenómeno extraterrestre ou até paranormal?
Joaquim Fernandes: Tudo é possível; trata-se acima de tudo de uma experiência humana que deve ser avaliada como tal, pelas consequências que tem tido em algumas testemunhas. E isso interessa a algumas ciências sociais e humanas.
CA Notícias: Acha que algum dia teremos realmente algum contacto com uma entidade extraterrestre?
Joaquim Fernandes: Será difícil no estado atual da nossa evolução. Mas poderá ser viável num futuro… se conseguirmos sobreviver como espécie.