Horizon Forbidden West é a sequela do grande sucesso de 2017 da Guerrilla Games que apresentou Aloy. O jogo que chega às lojas a 18 de Fevereiro para a PlayStation 4 e 5 promete ser um dos títulos mais falados deste ano.
Em 2017, a Guerilla Games, estúdio conhecido e alicerçado na sua franchise Killzone, surpreendeu tudo e todos ao desenvolver uma aventura single-player com base numa narrativa forte capaz de agarrar os jogadores aos comandos até final da trama. O estúdio que apenas desenvolvia FPS (no passado até denominados de “Halo Killers” da PlayStation) mudavam de foco para um género pelo qual nunca tinham enveredado.
Pois bem, cinco anos depois, podemos afirmar com bastante certeza que esse passo foi completamente certeiro. Horizon Zero Dawn provou ser um sucesso tanto junto da crítica como do público, e Aloy tornou-se de um momento para o outro uma figura incontornável da PlayStation, algo que o estúdio não tinha ainda conseguido até então.
Horizon Zero Dawn, mesmo longe de ser perfeito, era interessante. E eu posso dizê-lo com sustentabilidade, visto que completei o jogo no início deste ano, ou seja a experiência estava fresquinha na minha cabeça. O ponto ideal para me atirar de cabeça para mais uma megalómana aventura de Aloy.
Poderão neste momento torcer o nariz ao facto de só neste ano é que este que vos escreve completou Horizon Zero Dawn e portanto duvidar da minha credibilidade para vos puder falar de Forbidden West, mas a verdade é que apesar do atraso (enorme) para completar o primeiro jogo da série, agora compreendo honestamente o fascínio por Horizon e principalmente por Aloy. E foi com essa compreensão que contava os dias até poder ver como é que a história de Aloy se desenvolveria.
Horizon Forbidden West começa por nos recordar o que aconteceu no jogo anterior, o que até faz sentido visto terem-se passado já cinco anos de Zero Dawn. O prólogo de Forbidden West é lento e acabou por chocar de frente com as minhas expectativas, tendo eu andado a destruir máquinas enormes em Hard poucas semanas antes, mas é compreensível esta decisão por parte do estúdio, até porque a progressão e escala de confrontos aumenta de forma gradual e progressiva.
Aloy sabe que o que acabou por fazer em Zero Dawn não terminou com o iminente perigo que o planeta e a humanidade podem vir a enfrentar e portanto mantém a sua atitude valorosa e corajosa neste novo título e que nos deixou encantados. Aloy continua decidida a desvendar os segredos e restaurar a ordem e equilíbrio ao mundo. Se no primeiro título assistimos aos primeiros passos de Aloy como heroína, em Horizon Forbidden West vemos uma Aloy completamente focada no objectivo, o que acaba por fazer com que ela se distancie, involutariamente, dos seus amigos. E essa é uma das grandes características de Forbidden West, a capacidade de mostrar que Aloy ainda é bastante humana e todo o coração que ela e os seus amigos têm. É impossível não nos conseguirmos relacionar com estas personagens, e através dessa facilidade de relacionamento. Sem revelar muito da história, posso dizer que Horizon Forbidden West é dos poucos jogos open-world que me faz querer ouvir todos os diálogos opcionais, e não é porque quero saber da história das máquinas e do que devemos fazer para enfrentar o perigo, mas sim porque gosto de ver e analisar as dinâmicas tão naturais que as personagens têm entre si.
Sim, às vezes torna-se aborrecido ou até frustrante ver que Aloy volta a pegar no tema mais importante do mundo no momento, mas quando isso acontece somos logo presenteados com Errand ou Varl a comentarem que por muito grande que seja a missão, ela terá sempre os amigos com que contar e a vida é mais do que apenas conseguir lutar. Se calhar por ser fã de longa data de Kingdom Hearts isto me toque mais do que ao comum mortal.
Aloy nesta nova tentativa de apaziguar e derrotar o perigo iminente, vai encontrando territórios novos e distintos, novos inimigos e novas personagens e culturas, tudo contribuíndo para o universo cada vez mais rico de Horizon. Ou seja, pouco mudou em termos de loop de jogabilidade do anterior para este, e ainda bem.
Horizon Forbidden West continua a ser o que esperávamos, mas agora com mais gadgets, mais armas e mais fluído. Ainda não é o jogo open world com a melhor jogabilidade possível (há algumas animações janky que partem um pouco a imersão), mas as adições do Glide, do Grappling Hook e outras tornam este jogo muito mais divertido de jogar do que Zero Dawn, e com ainda maior possibilidade de personalização de estilo de jogo.
Infelizmente a minha experiência com Horizon Forbidden West não foi imaculável a nível técnico, longe disso. Durante o tempo que passei com o jogo experienciei crashes que acabaram por me fechar o jogo, tive sequências de dialógo onde não tinha áudio, objectos que não renderizaram de todo, pop-in intrusivo e draw distance mínima, entre outros. De referir que até à data de hoje a Guerilla Games já lançou o Day One Patch que estará disponível para todos os jogadores no dia de lançamento e que acabou por resolver grande parte destes bugs.
A aventura que a Guerilla Games nos oferece merece totalmente a pena conseguirmos “passar” por estas dificuldades e perceber a obra megalómana que existe para além desses erros. Horizon Forbidden West é um upgrade considerável em quase todos os aspectos possíveis em relação ao seu antecessor. A direcção de arte deste título é bastante mais bonita e destacada, na minha opinião. As diferentes áreas deste mundo destacam-se e é possível perceber a nossa localização no jogo olhando para o que nos rodeia, e isso é um sinal muito positivo do trabalho da Guerrilla. Em Forbidden West são feitas ligações mais óbvias ao nosso mundo, ao antecessor daquele em que Aloy vive, e a recriação de locais conhecidos por nós (ou que conseguimos imaginar) mas em ambiente pós-apocalíptico são estupendas. Visualmente, os modelos das personagens também se destacam.
A banda-sonora não foi muita destacada em Zero Dawn (pelo menos é algo que raramente ouço quando se fala desse jogo), mas foi algo que me marcou, tanto que andei a ouvir a Aloy’s Theme em loop no Spotify nas últimas semanas. Creio que a de Forbidden West é ainda mais marcante e diversa, relacionando-se de forma simbiótica com os novos territórios e desafios deste jogo.
A Guerilla Games decidiu exponenciar tudo aquilo que nos tinha deixado espantados em Zero Dawn e portanto a dimensão deste jogo é mais considerável do que o anterior, seja em tamanho de mundo, missões, coleccionáveis, etc. Horizon Forbidden West tem bastante conteúdo e vale bem a pena o investimento de horas pela diversão que providencia.
Horizon Forbidden West é um passo certeiro para a (cada vez maior) afirmação de Aloy como imagem de marca da PlayStation. Nesta sequela conseguimos explorar mais profundamente o universo complexo e interessante pós-apocalíptico que a Guerrilla Games construiu, mas sem nunca descurar a parte humana dos personagens deste universo, e esse equilíbrio foi alcançado na perfeição. Horizon Forbidden West é um dos grandes exclusivos da PlayStation deste ano e a sequela ideal para Zero Dawn.
Horizon Forbidden West (PlayStation 5) | Análise Gaming
Horizon Forbidden West é a sequela do grande sucesso de 2017 da Guerrilla Games que apresentou Aloy. O jogo que chega às lojas a 18 de Fevereiro para a PlayStation 4 e 5 promete ser um dos títulos mais falados deste ano.
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4.5