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Harvest Moon: One World (Nintendo Switch) | Análise Gaming

Harvest Moon: One World (Nintendo Switch) | Análise Gaming

Harvest Moon: One World conta com um novo motor de jogo e gráficos atualizados, que proporcionam novas formas de explorar Harvest Moon. Agora, será isto o suficiente para justificar o novo jogo? Saibam tudo na nossa análise.

Análise feita por: João Mateus (Retro Raider)

Os jogos de farming simulation continuam a dar cartas, captando a atenção dos jogadores através das suas mecânicas simples, intuitivas e jogabilidade viciante. A série mais conhecida deste sub-género que mistura RPGs com simulação tem vindo a ganhar popularidade ao longo das últimas duas décadas, principalmente nas consolas Nintendo. Falamos, claro, de Story of Seasons, que conta com mais de 30 títulos e spin-offs, atravessando várias gerações de consolas de casa e portáteis. Porém, o tão esperado Harvest Moon: One World, que prometia novas mecânicas num mundo vasto e repleto de aventuras, veio a revelar-se uma entrada pobre, pouco polida e muito distante do primeiro título lançado em 1996.

Harvest Moon: One World (Nintendo Switch) | Análise Gaming

One World apresenta-se com uma narrativa que serve de ponto de partida para o que, supostamente, iria ser um jogo mais focado em aventura, exploração e interactividade. Depois do desaparecimento da Harvest Godess, o mundo perde várias das suas colheitas, no entanto, antes disso, a deusa passou o conhecimento de algumas sementes às Harvest Wisps, assegurando-se assim que vários frutos e legumes não ficariam perdidos para sempre. No papel de protagonista, o nosso objectivo principal é o de desvendar os segredos das Harvest Wisps, recuperando assim as sementes para as podermos cultivar novamente no mundo. Ao longo da demanda, iremos visitar vários locais, desde bosques, montanhas nevosas, desertos, encostas vulcânicas e algumas vilas, e cruzar-nos com várias personagens secundárias e NPCs para contextualizar a história principal com algumas quests paralelas.

Enquanto que noutros títulos da série os protagonistas têm as suas quintas sedentárias, sejam elas adquiridas por herança ou com o objectivo de revitalizar um espaço rural em decadência ao longo dos anos, enfrentando os desafios de cada estação, em One World temos uma quinta portátil que nos é dada no início do jogo por um vizinho cientista. O objectivo é viajar pelas diferentes regiões do continente, cada uma com os seus climas, dificuldades e histórias, e avançar de local para local com a “casa”, ou melhor… “com a quinta às costas”.

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Embora a premissa e o mundo pareçam cativantes e inovadores “no papel”, o jogo rapidamente se mostra repetitivo e vazio, falhando em demasiados aspectos. As estradas e caminhos são demasiado lineares, longos e aborrecidos, e levam-nos a localidades despidas e com pouco detalhe. Apesar da variabilidade teórica de ambientes a visitar ao longo do jogo, a verdade é que os cenários não têm elementos que marquem a sua identidade distintiva. O mesmo podemos dizer acerca das personagens, que carecem de profundidade, expressão e contexto narrativo, o que se traduz através de diálogos pobres e um pouco monótonos. Sem carisma, muitas delas parecem ter sido adicionadas com o simples propósito de “encher” o jogo, com nomes tão básicos como “Awkward Man” ou “Thoughtful Woman”. O próprio som do jogo, desde os efeitos sonoros, que revelam algumas falhas de sincronização, à banda sonora, também ela monótona, vão adicionando cada vez mais camadas que tornam toda a experiência pura e simplesmente aborrecida. Voltando às personagens, tal como em outros jogos da série, também aqui temos os chamados “bachelors” e “bachelorettes”. Estas personagens têm um pouco mais detalhe no que toca a narrativa, pois são personagens com quem podemos ter relações amorosas e mesmo casar e construir família. Este sempre foi um ponto alto da série, se bem que em One World este elemento apresenta-se apenas como um bónus com muito pouca relevância para a experiência de jogo em si, até porque para o desbloquear temos de completar primeiro a história principal.

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Um ponto forte desta franquia é que nem todos os jogadores são cativados da mesma maneira; uns prendem-se mais pela história, outros pelo grind e construção das quintas, mas infelizmente, até no farming, ponto alto que fez desta série o que ela é, One World não conseguiu estar à altura dos seus antecessores. Em vez de comprarmos sementes para cultivo, aqui temos de as procurar. Através das Harvest Wisps, são-nos dadas algumas sementes especiais, uma por dia na verdade, o que acaba por substituir o grind tradicional por exploração. Esta variante, em conjunto com a quinta portátil adquirida no início do jogo, poderia ter gerado uma abordagem inovadora a Harvest Moon, mas rapidamente nos apercebemos dos problemas que daqui advêm. Muito pouco nos é explicado ao longo do jogo, e tentar “decifrar” como fazer vingar as colheitas, o que semear, como e quando, gira um pouco à volta do “acaso” ou tentativa e erro, o que rapidamente transforma a jogabilidade numa experiência frustrante, principalmente quando necessitamos de uma colheita específica para uma quest ou para vendermos. Em combinação com uma fraca estrutura de objectivos, as questlines tornam-se difíceis pelo mau design de jogo, com diálogos sem grande contexto e NPCs e Quest Givers que pouca ou nenhuma direcção nos dão.

No que toca aos gráficos, são razoáveis, mas nada extraordinários comparando com outros AAA e third party que preenchem a biblioteca da Nintendo Switch. O jogo corre bem tanto na Dock como em modo portátil, mas falta cor, faltam texturas, faltam detalhes nas casas e nas zonas selvagens, e falta principalmente expressão nas personagens.

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Seria bom poder dizer que embora Harvest Moon: One World apresente algumas falhas em termos de jogabilidade e contexto, fãs da série o irão apreciar na mesma, mas na verdade, o que parecia ser uma abordagem interessante ao icónico simulador de farming, veio a revelar-se um jogo vazio, pouco intuitivo e aborrecido. Fãs e curiosos da série têm, felizmente, muitos e melhores títulos para explorar de Harvest Moon e Story of Seasons, e para os jogadores que procuram uma abordagem diferente ao género, encontrarão melhores propostas em séries concorrentes.

 

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Avaliação do editor:
2

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