Kratos e Atreus regressam 4 anos depois para mais uma aventura épica na PlayStation 5 e 4. God of War Ragnarök é mais um estrondoso sucesso vindo da Santa Monica Studios
God of War de 2018 pode ser dos poucos videojogos criados que podemos nomear a um pedestal de perfeição nesta forma de arte. Não só pela qualidade da obra em si, mas também devido à dificuldade que terá sido de trazer um franchise e uma personagem conhecida e adorada por muitos, mas que vinha a perder fôlego, muito devido à sua caracterização unidimensional.
A Santa Monica Studios, Cory Barlog e toda restante equipas que trabalharam no projecto tinham a difícil missão de pegar em Kratos, o Deus da Guerra, reconhecido pela sua violência extrema e motivação apenas movida pela vingança de sangue. Como seria possível criar uma obra capaz de retratar Kratos como um pai preocupado com a sua família após os eventos trágicos do primeiro jogo da série?
Mas a verdade é que God of War de 2018 foi sucesso para todos, crítica especializada, fãs e jogadores no geral. A dúvida que se colocava agora é como que a Santa Monica Studios iria dar sequência a uma expectativa quase infinita?
God of War Ragnarök leva-nos ao reencontro de Kratos e Atreus alguns anos após o início de Fimbulwinter, presságio para o Ragnarök que por si só significa o “Fim do Mundo”. Kratos e Atreus tentam dar sentido às informações que obtiveram no final do jogo de 2018, enquanto treinam regularmente para evitarem um possível destino catastrófico para ambos e possivelmente para todos.
Com a ameaça do Ragnarök cada vez mais próxima, Atreus tenta conhecer mais as profecias que o nomeiam de Loki e perceber como poderá ajudar a evitar o tal fim. Por outro lado, Kratos tenta lidar com a curiosidade do seu filho e as implicações que isso poderá ter para cada um.
God of War Ragnarök é na sua estrutura e desenho muito similar ao jogo de 2018. A construção de “set-pieces” épicas, em conjunto com momentos de inegável intimidade de pai e filho, é novamente peça central neste jogo. Seria mais fácil a Santa Monica Studios continuar com os arquétipos das personagens principais e contar apenas uma aventura nova neste jogo. Mas nao é isso que acontece. Sentimos claramente que temos aqui personagens evoluídas e que tomaram decisões e lilações dos eventos do jogo anterior.
Há muito para discutir nesta parte, mas sem entrar no terreno minada de spoilers seria complicado.
Não sei, honestamente, dizer de imediato se God of War Ragnarök é um jogo superior ao de 2018 (nem sei se faz sentido essa comparação qualitativa), mas o que consigo afirmar é que gostei mais de God of War Ragnarök. Não quer dizer que seja um jogo melhor ou não, mas sim que tudo o que este jogo faz, mexeu mais comigo que o anterior. Sem querer estragar a experiência a quem irá jogar, posso dizer que a relação entre todas as personagens é mais humana e natural.
Há algo que nunca pensei dizer, mas God of War Ragnarök é um jogo “wholesome”, como se diz me bom inglês.
Isso nota-se em quase todas as instâncias do jogo. Quando Kratos e Atreus exploram um dos novos reinos, quando Sindri esconde segredos de Brok para o seu bem ou quando vamos ao Codex do jogo (escrito por Kratos) e é possível ler a apreciação das personagens que constituem o universo do jogo.
Todos os diálogos parecem ter sido pensados ao pormenor pela equipa da Santa Monica, e é interessante como até conseguem abordar de forma cómica algumas das limitações da série até aqui.
God of War Ragnarök é um jogo que não apetece nunca largar. Seja por essa vertente humana e complexa das personagens e das conversas que têm, ou pela jogabilidade aperfeiçoada que já tínhamos experiementado em 2018.
Logo a começar, Ragnarök apresenta-nos um jogo mais completo e até mais intenso do que o anterior. Uma das críticas apresentada ao jogo de 2018 prendia-se com a repetição de inimigos encontrados. Em Ragnarök isso foi trabalhado, mas não só. Tanto os inimigos como os puzzles existem em maior escala e oferecem uma experiência de combate e exploração mais recompensadora.
Em God of War Ragnarök temos um sistema ainda mais complexo de habilidades, armaduras e armas, e faz com que tenhamos muito mais hipóteses de abordar cada combate. Ao contrário de God of War, aqui temos logo as Blades of Chains praticamente de início, em conjunto com o Leviathan Axe, e continua a ser extremamente satisfatório as suas utilizações.
Uma das novidades de Ragnarök em comparação com o seu antecessor é a possibilidade de desta vez conseguirmos explorar todos os 9 reinos que constituem o universo deste renascido God of War. Alfheim, Helheim, Jotunheim, Muspelheim, Niflheim, Midgard, Vanaheim, Svartalfheim, e Asgard encerram cada um deles segredos, puzzles e inimigos diferenciados, o que ajuda e muito a não nos sentirmos um momento sequer aborrecidos com a nossa aventura.
Chegou a parte de abordar os pontos menos positivos que experienciei nas minhas dezenas de horas nos Nove Reinos. E há um que é difícil não ser abordado: este é um jogo que foi desenhado tendo em conta a geração anterior de consolas, sendo isso notado essencialmente no design linear de algumas secções e também na fidelidade visual de algumas personagens e cenários. Pessoalmente isso não me retirou em nada o prazer da experiência, no entanto interessa referir tendo em conta que já estamos há um par de anos na nova geração de consolas e as experiências realmente “next-gen” escasseiam.
Visto ter jogado no período pré-lançamento encontrei alguns problemas passíveis de serem resolvidos até ao lançamento oficial do jogo, como bugs visuais e algumas quebras ocasionais na framerate dos 60fps, apesar de ter jogado a campanha praticamente toda no modo desempenho da PS5. Estas quebras não foram recorrentes e tinham hábito de acontecer em momentos cinemáticos fora das batalhas, e isso acaba por atenuar o impacto na experiência.
God of War Ragnarök é, na sua essência, a continuação lógica do jogo de 2018. Não revoluciona a roda, mas não era também isso que pelo menos eu pretendia. Queria pois saber o trajecto que as personagens iriam percorrer, alicerçado numa jogabilidade frenética e viciante, e que fosse ainda um pouco mais complexa do que no anterior. E God of War Ragnarök facultou-me isso e muito mais, com a exploração mais refinada e diversificada dos Nove Reinos e um guião mais humano e passível de uma maior compreensão e relacionamento por parte dos jogadores. Se God of War de 2018 marcou o renascimento de Kratos, God of War Ragnarök é aquilo que queremos em 2022.
God of War Ragnarök (PlayStation 5) | Análise Gaming
Kratos e Atreus regressam 4 anos depois para mais uma aventura épica na PlayStation 5 e 4. God of War Ragnarök é mais um estrondoso sucesso vindo da Santa Monica Studios
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