“Até ao Jamor!” É o nosso lema, quando jogamos na taça de Portugal, desde que nascemos num banco de Jardim, em 1919.
Numa noite gélida de Dezembro, em que nem o jogo aqueceu , lá fizemos o que nos competia: vencer e queimar mais uma etapa Rumo ao Jamor.
Da nossa exibição valeram os golos, especialmente o segundo , em que o Pelé faz uma cavalgada olímpica do meio campo até à área contraria, rematando cruzado ao poste mais distante; a equipa jogou q.b. contra um excelente plantel do Freamunde, que num esforço sobre-humano veio ao Restelo olhar olhos nos olhos a equipa da casa, mesmo não recebendo o salário há… 3 meses.
Não jogámos por aí além, pois não, mas ganhámos. É preferível jogar mal e ganhar, do que jogar bem e perder, como aconteceu no último sábado.
O C.F.”Os Belenenses” tem obrigação, devido à sua história, devido à sua tradição , de entrar na prova rainha do futebol português só com um objetivo: chegar à final ; é esse o desejo de todos os sócios, é esse o caminho exigível.
A última vez que fui ao Jamor, em 2007 , fui de mão dada com o meu pai, como ele tinha ido com o meu avô em 1989, a única diferença, foi o desfecho do jogo: não fomos felizes.
O meu pai fala-me de 89 como o ano desportivo mais feliz da vida dele: encostámos o todo-poderoso S.L.Benfica e pusemos pelo meio, no bolso, Sporting C.P. e F.C. Porto.
Este ano, quero lá estar outra vez, queremos todos lá estar, outra vez. Eu quero lá estar para ver, de novo, a família Belenense unida. Ver faixas de Paris, Roma e Londres, como vi em 2007. Sentir realmente esse Belenenses que o meu avô me falou quando era puto, que levava ondas de gente ao estádio e que colava ouvidos à radiofonia a ouvir os relatos dos golos do Grande Matateu.
É esse o nosso lindo sonho e o sonho comanda a vida. E , por agora, o sonho mantêm-se vivo: queremos que outro José António erga o tão honrado troféu.
Honrem as conquistas.