“A Forma da Água” (no original “The Shape Of Water”) é o novo filme de Guillermo del Toro e é o filme com mais nomeações para os Óscares deste ano. Conta com Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon e Doug Jones no elenco.
O filme apresenta-nos Elisa, uma mulher órfã e muda que trabalha nas limpezas de um centro de investigações do governo americano nos anos 60. É aí que ela conhece uma criatura aquática (um “homem-anfíbio”) que se encontra prisioneira e pela qual acaba por se apaixonar.
Este é um filme com bastantes contrastes, a começar logo pelo facto de Elisa aparentemente ser uma pessoa inocente e indefesa, que não está feliz com a sua vida, e esta criatura ser monstruosa. Já para não dizer que a criatura pertence à água e Elisa pertence à terra. Ou seja, o amor entre eles é praticamente impossível, mas o romantismo e a fantasia fazem com que tudo seja concretizável. A partir do momento em que a mulher consegue ensinar linguagem gestual a este “homem-anfíbio”, dá-se inicio a uma magnífica história de amor que só podia ter sido realizada por Del Toro.
O filme é capaz de nos cativar logo desde início devido ao seu argumento e, essencialmente, por toda a beleza visual. É tudo pensado ao pormenor, desde os cenários até à caracterização da própria criatura – que mesmo sendo um “monstro” tem um ar dócil, ao contrário dos humanos que pretendem usá-la para experiências (por exemplo, também podemos estabelecer um contraste entre a personagem interpretada por Michael Shannon e a criatura e seria caso para perguntar: “Quem é o monstro, afinal?”).
Sally Hawkins interpreta Elisa, numa representação fantástica, de se lhe tirar o chapéu. Na verdade, ela é um dos grandes destaques deste filme e este é, provavelmente, o melhor papel de sempre na sua carreira.
No geral, “A Forma da Água” é um filme visualmente muito bonito e com grandes prestações. Uma história de amor e fantasia, capaz de conquistar qualquer pessoa. Agora resta apenas saber se é capaz de conquistar a Academia e de levar um Óscar para casa.