Ontem, o Conselho de Administração (CA) da SAD, liderado por Rui Pedro Soares, emitiu um comunicado a justificar a decisão. Depois de destacar o facto de o passivo ter baixado de 10 milhões para 8,084 milhões de euros em apenas um ano – entre 30 de junho de 2012 e 30 de junho de 2013 –, os responsáveis azuis explicam que diversos credores pressionaram para receber tudo. “Não é possível ao Belenenses pagar de imediato 7,2 milhões de euros, pelo que o CA entendeu ser este o momento adequado para requerer o PER”, lê-se no documento.
Prazos
Os credores têm até dia 20 para proceder à reclamação de créditos. Após a publicação dessa lista, há 5 dias úteis para eventuais impugnações e outros tantos para o juiz decidir. Seguem-se dois meses para haver acordo, o que implica a concordância da maioria dos credores.
Situação idêntica a outros emblemas
O PER é um processo especial, criado no Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), que visa permitir a qualquer devedor que se encontre em situação económica difícil ou de insolvência iminente (mas que ainda seja suscetível de recuperação) estabelecer negociações com os respetivos credores. O objetivo é concluir com estes um acordo conducente à sua revitalização económica, facultando-lhe a possibilidade de se manter ativo em termos comerciais. V. Guimarães, Boavista e V. Setúbal são os outros clubes da 1.ª Liga que têm um PER em vigor, a exemplo do Leixões, Beira-Mar, Trofense, Olhanense e Santa Clara, estes na 2.ª Liga.
Líder do clube apoia ato de gestão
“Já esperava. Apesar das melhorias económicas do Belenenses, foi uma solução interessante e um bom ato de gestão”, afirmou a Record o presidente do clube, António Soares, que vai mais longe:“Mostra bem o estado em que o clube e a SAD se encontrava, mesmo à beira da extinção. É um reflexo da atuação das direções entre 2005 e 2010, que aumentaram o passivo em perto de 20 milhões de euros”, frisou o líder, acrescentando:“O clube tem um processo semelhante há um ano.”