O estádio nacional é o quartel-general do rugby do belenenses e foi neste local que entrevistámos Diogo Hernâni, treinador do escalão de sub-18. Não é uma tarefa fácil treinar esta equipa visto que no ano anterior grande parte destes jogadores foram campeões nacionais pelo escalão de sub-16.
Quais os objetivos para esta época sabendo que agora conta com os campeões nacionais de sub-16 no escalão de sub-18?
– É verdade. Este grupo de sub-18 é muito interessante porque os miúdos de sub-16, que subiram este ano, ganharam o campeonato nacional e a taça de Portugal e estão cheios de dinâmica e de vitória. E os miúdos de segundo ano de sub-18 tiveram a pior classificação de sempre que eu me lembro neste escalão que foi um 8º lugar. E portanto, é um desafio muito interessante ver o que conseguimos fazer com os melhores, supostamente, e juntá-los com jogadores que não tiveram resultados brilhantes. Como equipa, e durante os treinos têm dado o máximo e desde o inicio de setembro têm tido uma carga física imensa. Os jogadores têm perguntado quando é que vai aliviar mas o trabalho físico é muito importante para unir o grupo. O principal objetivo é conseguir fazer um grupo sólido que consigamos trabalhar de acordo com os objetivos básicos da temporada que já estão definidos que são atingir a final-four, o que tem sido bastante irregular no escalão de sub-18 e depois é formá-los como Homens e como atletas.
As dificuldades do rugby do clube são os locais para treinar. No escalão que treina tem sentido essa dificuldade?
– Essa é uma história antiga que o meu pai já quando era dirigente do clube e escrevia no jornal do clube, falava. Mas não podemos ficar presos a este tema. Obviamente com as obras a decorrer no campo n.º 2 é menos um campo que o clube nos deixa, temos o estádio nacional que é o melhor local para podermos treinar mas que é um custo bastante elevado para a secção, e o campo n.º 3 é terrível para treinar.
Existe algum nervosismo para o primeiro jogo desta equipa, depois da subida dos campeões de sub-16 subirem aos sub-18?
– Eu acho que sim mas a pressão que existe tem desaparecido com todo o trabalho físico que temos feito com os jogadores e quando tocam na bola parecem miúdos pequenos. Eles estão desejosos que chegue a primeira jornada. Ainda assim jogámos o torneio de Cascais e conseguimos o primeiro lugar. A equipa está confiante e o adversário, á partida, é mais fraco e não me parece que vá criar grandes dificuldades. Depois o segundo jogo, em Coimbra, já vai criar grandes dificuldades visto que vamos defrontar um candidato ao título e esse jogo vão encará-lo certamente com mais nervosismo.
E nesse jogo que fala, já é necessário um pouco mais de trabalho da vossa parte?
– Aí já vai ser. Vamos ter de fazer um trabalho mais técnico com os jogadores.
Além da Académica, existe mais alguma equipa em que tenha de haver alguma preocupação adicional?
– O campeonato de sub-18 é bastante competitivo e equilibrado: as equipas de Lisboa: Direito, CDUL, nós, Agronomia, Cascais e não temos a equipa de Montemor porque desceu à segunda divisão. Temos a académica que é muito forte. Já disse seis equipas que vão querer disputar a final-four. Não há espaço para erros, é como eu lhes digo, quem tiver menos testes, quem tiver menos avós a fazer anos, quem tiver menos jantares de família, quem tiver mais compromisso com o râguebi vai conseguir chegar á final-four e ser melhor que as outras.
A vinda do João Sousa Uva veio fazer crescer o rugby do Belenenses?
– O João é um velho amigo, nós jogámos juntos e ele tem um poder congregador, trouxe a componente técnica que pode ser interessante e nós estamos todos juntos a tentar arrumar um pouco a casa. Eu acho que sim, mas sem trabalho da parte de todos nada é possível.