Dizem que a prata da casa é sempre a melhor, hoje provámos isso mesmo.
A crise económica abateu-se não só no seio das famílias portuguesas, mas também nos Clubes de Futebol.
Os clubes tiveram de delinear estratégias e planificar a sua política de contratações com essa nova realidade: a escassez de receitas, a escassez de recursos.
Quem não o fez, infelizmente, caiu na desgraça. Atente-se a casos recentes, a título de exemplo, casos como o Estrela da Amador ou o União de Leiria.
O Clube de Futebol “Os Belenenses”, na minha opinião, foi um dos primeiros clubes, em Portugal, que soube antever o futuro. Ainda a crise desportiva parecia miragem, já o Belenenses versão 12/13 praticava uma política de contratações pioneira: ir buscar jovens, desconhecidos e de escalões inferiores.
A juntar a esta nova postura, aproveitou-se, também alguns juniores: Fábio Sturgeon, Zaza, Tiago Silva, Ricardo Fernandes e Rodrigo Parreira.
Dalcio parece o produto recente dessa nova perspectiva de ver as contratações.
Quando lhe perguntaram se era um golo à Arjen Robben, o que ele marcou ao Sporting, para a taça da Liga, respondeu: “Não, é um golo à Dalcio.”
Se estamos ainda na luta pelo acesso às meias finas da taça da Liga, o responsável é o Dalcio: marcou o golo da igualdade com toques de Messi e arrancou uma grande penalidade, que Abel Camara converteu, irrepreensivelmente.
É este o caminho, a aposta nas camadas jovens.
Por vezes penso que se, talvez, já tivéssemos apostado nos nossos Juniores, mesmo antes de descermos de divisão, não teríamos descido.
Mas é assim. Se alguma coisa boa nos trouxe a falta de dinheiro, foi isto mesmo: podermos descobrir jogadores, que muito provavelmente, não seriam descobertos em caso de abundância monetária.
Parabéns à SAD e ao Clube, que em parceria, descobriram um diamante em bruto.