Há 27 anos atrás, em 1990, Joel Schumacher trouxe-nos o filme “Linha Mortal” que nos conta a história de cinco estudantes de medicina que decidiram desafiar a morte através de uma experiência radical e de alto risco, com um objectivo muito simples, o de decifrar aquele que é um dos maiores enigmas da Humanidade, “o que existe depois da morte?”.
No elenco do filme original, que era um misto de drama com thriller, contamos com os nomes de Kiefer Sutherland, Julia Roberts, Kevin Bacon, William Baldwin e Oliver Platt.
Agora, 27 anos depois, temos uma nova versão do filme, com um novo elenco, sendo que, Ellen Page é a mais reconhecível entre os nomes, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton e Kiersey Clemons.
O enredo mantém-se, são cinco estudantes de medicina, que estão obcecados com o mistério que rodeia os limites da vida e decidem então embarcar numa perigosa e ousada experiência: a de parar o coração durante curtos períodos de tempo. Nestes curtos momentos, cada um deles tem uma experiência de quase-morte, ganhando assim um registo pós-vida. O problema é que as experiências se vão tornando cada vez mais perigosas e eles começam a ser assombrados pelos pecados do passado, que são uma espécie de consequência sobrenatural daquilo que fizeram.
“Linha Mortal” desenrola-se rapidamente, sem perder grande tempo até surgir a primeira experiência, dando-nos a conhecer muito pouco de cada personagem. A única que conhecemos melhor é a Courtney (Ellen Page), sabemos o que a move e o que aconteceu no seu passado, qualquer uma das outras personagens, só mais para o meio do filme é que vamos começando a conhecer, o que torna o filme mais interessante de certa forma, criando um clima de suspense.
A forma como as experiências se vão desenvolvendo está bastante credível, o que cria um clima de tensão para os que estão a ver o filme, fazendo-nos mergulhar no momento. Com o desenrolar da história, começamos a ver assombrações, dando um ar mais pesado e assustador ao filme, garantindo alguns jumpscares aos espectadores.
No geral, é um filme razoável, com uma boa fotografia, experiências credíveis e um argumento fluído, no entanto, não se consegue perceber muito bem como é que as personagens se começaram a relacionar umas com as outras e o que as uniu, para além das experiências que decidiram fazer. Ainda assim, é um filme que nos deixa a pensar e que nos faz saltar da cadeira algumas vezes, sem estarmos a contar.
Em parte, permite-nos pensar naquele que é um dos grandes enigmas, “o que acontece quando morremos”, no entanto, não nos faz querer experimentar nada do que eles experimentaram. Dá-nos ainda uma lição, devemos saber viver com os nossos erros e acima de tudo, corrigir o mal que um dia fizemos.