A terceira temporada de Daredevil, da Marvel, chegou hoje (19 de Outubro) à Netflix. O regresso do “vigilante” de Hell’s Kitchen foi bastante bom nos 6 episódios disponibilizados previamente pela plataforma. Um enredo bem desenvolvido, com poucas irrelevâncias, que introduz novas personagens e mostra Matt Murdock (Charlie Cox) a dar um passo atrás na sua vida, para talvez poder dar dois à frente.
Depois de ser dado como morto por todos os que o conheciam, Matt refugia-se no convento de freiras onde cresceu, enquanto se questiona a si mesmo e reflecte sobre a sua vida. Quando Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio) sai da prisão, o advogado tem de escolher entre continuar escondido ou aceitar a sua identidade de Daredevil (e também o seu lado negro). O enredo é bem escrito, estruturado e elaborado. Nos primeiros episódios, vemos a personagem a debater-se com questões existenciais que a complexificam a nível psicológico. Charlie Cox desempenha uma vez mais, uma óptima actuação como Murdock, sendo um dos grandes alicerces da série.
Paralelamente, outras linhas narrativas vão-se tecendo, relativas a Fisk e aos amigos de Matt, Karen e Foggy. Como já é habitual, tudo é gerido da melhor forma, pois nada é apressado ou forçado. No entanto, há alguns momentos mais irrelevantes que arrastam a história, ainda que não sejam em demasia. A fluidez do ritmo da narrativa não é afectada, ao contrário do que acontece nas temporadas anteriores, ou nas outras séries do mesmo universo.
Um novo vilão, que já é bastante conhecido no universo das BDs, é introduzido nesta temporada. As sequências que o argumento constrói para o apresentar são, sem dúvida, das melhores coisas que estes episódios têm para oferecer. Para além de serem muito bem desenvolvidas e criarem uma intensa atmosfera de ameaça, caracterizam a personagem de forma muito interessante. Wilson Bethel faz também uma interpretação muito boa de Benjamin ‘Dex’ Poindexter, sendo que a sua personagem é um dos maiores motivos para continuar a acompanhar a série.
A nova temporada de Daredevil, para além de marcar o regresso do super-herói que abriu caminho para este novo universo da Marvel na Netflix, veio compensar os fãs pelo cancelamento de Iron Fist. Bem escritos e estruturados, estes novos episódios têm momentos muito bem executados que renovam o enredo com novas personagens, no intuito de lhe dar continuidade e impedir que o interesse em Daredevil desapareça.