Publicidades coloridas são sempre bastante apelativas, especialmente quando se trata de um filme de animação. E “Parque das Maravilhas” teve direito a isso mesmo: um trailer animado e grandes posters cheios de cor e com personagens com um ar amigável. É, então, curioso pensar que o filme talvez precisasse realmente de mais cor, mas não apenas no sentido literal.
“Parque das Maravilhas” apresenta-nos June, uma menina que gosta muito de inventar coisas e que tem uma grande imaginação, que recebe toda a atenção da sua mãe, que a faz sentir-se realmente especial. No entanto, assim como na vida real, nem tudo são maravilhas e alguns acontecimentos negativos fazem com June perca um pouco da sua magia.
Muito ao estilo de “Inside Out”, este filme explora os sonhos e as fases menos boas da vida. O Parque das Maravilhas de June acaba por ser apenas uma criação da sua mente, em conjunto com a sua mãe. E quando esta se vê afastada da sua grande amiga, o Parque perde toda a sua essência.
As crianças certamente vão encantar-se com as personagens e com motivos para isso. June é realmente um bom exemplo a seguir; é uma miúda encantadora e é a alma do filme. Para além disso, também as sequências de ação vão certamente agradar aos mais novos. No entanto, os adultos vão ver este filme para além das personagens. Vão apreciar a história que levou June até ao Parque e vão reconhecer o lado mais triste.
As alterações no clima do filme são bastante notáveis. Começamos com algo muito alegre, mas depois somos levados por uma montanha-russa de emoções, com muitos murros no estômago pelo caminho.
O problema é que quando vamos ver este filme contamos ver algo que idealizámos com base nas publicidades coloridas. Esperamos ver o Parque em todo o seu esplendor! Só que isso acontece apenas por uns míseros minutos, pois pouco mais vemos para além da sua “construção”. Então tudo o que é colorido acaba por ficar apenas negro…
Apesar de ter uma história bem construída, alguns momentos são tratados de um modo demasiado superficial e isso é uma pena. Seria preferível que alguns acontecimentos tivessem sido mais aprofundados, invés de termos tanto tempo perdido em sequências de ação.