“A Favorita” é o novo filme de Yorgos Lanthimos, um realizador que, no geral, gosta de apresentar filmes arrojados e originais. O filme é protagonizado por Rachel Weisz e Olivia Colman, que já tinham trabalhado com o cineasta grego, e a elas junta-se também Emma Stone. Este é um dos filmes que conta com mais nomeações aos Óscares, mas será “A Favorita” um dos favoritos do público?
O filme leva-nos diretamente para a Inglaterra do séc. XVIII e apresenta-nos a rainha Anne e a sua serva Sarah, que lhe é bastante próxima. É com a chegada de Abigail, prima de Sarah, e com a evolução do seu estatuto na corte, que as coisas começam a correr mal para o lado da serva…
Este filme é uma verdadeira sátira, cheio de humor negro, que não tem problemas em ser excessivo, seja na caracterização das suas personagens, nas ações destas ou até mesmo nos cenários e cinematografia.
Um dos aspetos mais curiosos do filme é pensar que três mulheres, em 1708, foram tão poderosas ao ponto de serem capazes de decidir o rumo de um país e controlar os homens que tentavam roubar-lhes o poder. E Yorgos apresenta isso de uma maneira esplêndida, ridicularizando os homens da corte e conselheiros da rainha – colocando-lhes perucas e maquilhagens patéticas.
A cinematografia do filme é incrível, desde os seus wide-screens aos olhos-de-peixe, e os cenários são bastante minuciosos e parecem gigantes devido ao modo como foram filmados. Por sua vez, também a banda sonora é estrondosa, arrepiante e sufocante, capaz de causar uma enorme tensão.
O único problema talvez seja o facto de o plot ser um pouco superficial, ainda que o guião esteja bem escrito e seja bastante agradável de se acompanhar. Preciso, no entanto, de dizer que o final deixa-nos como uma sensação um pouco anticlimática, como se não fizesse jus ao resto do filme, o que é um tanto agridoce.
As três protagonistas, Emma Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, têm prestações incríveis e, mesmo que tudo o restante fosse péssimo, valeria sempre a pena dar uma oportunidade a este filme pelo desempenho destas três mulheres.