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Crítica Cinema – ‘Braven’

Crítica Cinema – ‘Braven’

Braven afasta Jason Momoa dos papéis secundários em ambientes de fantasia e apresenta-nos Joe Braven, um lenhador que se vê forçado a defender a sua família numa cabana no meio da floresta.

Os segmentos iniciais introduzem o belíssimo cenário de neve em que a ação se vai desenrolar e mostram-nos, após um dia de trabalho, Joe a aconselhar o seu colega Weston a proteger-se da tempestade durante a viagem que este vai realizar. Estes são momentos que, apesar de servirem como previsíveis pontos de desenvolvimento para a história, caracterizam, ao mesmo tempo, a personagem interpretada por Momoa como um homem simples e cauteloso.

Esta caracterização tem seguimento quando vemos o modo como, no mesmo dia, Joe chega à sua casa na cidade e se relaciona com a sua família.
O carinho e cumplicidade que demonstra para com a sua filha Charlotte (Sasha Rossof) e a sua mulher Stephanie (Jill Wagner), conjuntamente com o sentido de proteção que tem em relação ao seu pai Linden (Stephen Lang) aprofundam este retrato de um lenhador calmo e amável…. Isto até a mesma família ser usada inescrupulosamente pelo guião para o transformar num homem brutal e impiedoso.

Os instrumentos para esta transformação são postos em jogo de uma forma que tem tanto de credível como de expectável. O colega que Joe aconselhava inicialmente acumula às funções de transporte de lenha um part-time (com certeza bem mais rentável) como transportador de droga para uma organização de que pouco sabemos. O mesmo colega escolhe não respeitar os conselhos de Joe em relação ao mau tempo e tem um acidente (convenientemente perto da cabana dos Braven), deixando o camião inutilizável, a lenha perdida e a droga à mercê de ser apreendida pela polícia assim que a mesma apareça para verificar o sucedido. Depois, e mais uma vez contra aquilo que Joe Braven lhe diz inicialmente, Weston sugere esconder a droga na cabana da família Braven e voltar lá na manhã seguinte após tudo se resolver. Coincidentemente, Joe decide ir nessa mesma manhã para a sua cabana para ter uma conversa com o pai que tem estado, progressivamente, a piorar do seu estado clínico, demonstrando sinais de demência/alzheimer. Charlotte junta-se ao pai e avô na viagem sem que os mesmos deem conta e os ingredientes estão lançados para um confronto final… que se estende até ao fim do filme.

Kassen (Garret Dillahunt), cabecilha dos traficantes, faz questão de ir pessoalmente e levar um grupo de homens fortemente armados para irem buscar um saco de droga a uma cabana que, tanto quanto sabiam, se encontrava vazia. Mesmo após a tomada de conhecimento de que Joe Braven lá estava, as ações do grupo parecem excessivamente cautelosas (com o poder de fogo que tinham presente, fica a ideia que seria suficiente forçar a entrada em vez de esperar e dar tempo para Braven formular um plano). O que sucede a seguir é uma espécie de Sozinho em Casa, em que Joe usa os recursos que tem disponíveis para criar armas e armadilhas contra os invasores e estes vão tentando, infrutiferamente, penetrar as defesas que o lenhador vai montando. As cenas de ação estão bem coreografadas, mostrando uma certa fragilidade na personagem de Momoa que se coaduna com o background que temos dele: é apenas um lenhador. Apesar das suas características físicas, ele não tem qualquer treino militar e isso transparece nos duelos que protagoniza. No entanto, temos por vezes a sensação que os traficantes não agem naturalmente, realizando ações que servem o propósito único de caírem naquilo que Joe Braven quer fazer, chegando ao ponto de causar riso aos espetadores, sem percebermos bem se seria esse o objetivo do filme. Na verdade, o filme parece não saber o que focar… Serão os momentos de ação? A componente emocional? Parece ter tentado balancear os dois, acabando por não ser totalmente feliz em nenhum dos aspetos. As ações da polícia parecem até querer inserir um pouco de comédia num filme que não precisava desse escape humorístico. No fim, a tudo o que o filme fez bem, contrapõe-se algo que fez menos bem, sendo que até no belíssimo cenário se notam algumas fragilidades a nível de exploração do espaço e das distâncias (continuo sem perceber qual a localização relativa da cabana, cidade e floresta, uns em relação aos outros).

Como veredito final, o filme tem momentos bem conseguidos, mas percebem-se as razões pela qual o mesmo estreou em alguns países diretamente nos serviços On demand

Crítica por João Fragoso

https://www.youtube.com/watch?v=A4iZL-t6zE0

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