“A Maldição da Mulher que Chora” é a mais recente adição ao universo “The Conjuring”, depois de no ano passado termos tido “A Freira”, que a bem dizer foi um fracasso e um dos filmes mais mal conseguidos nesta saga.
Desta vez, temos um filme inspirado na lenda popular mexicana da Llorona, uma mulher que matou os seus dois filhos depois de saber que o marido a estava a trair. O filme começa mesmo por mostrar esse momento, introduzindo desde cedo esta lenda. No entanto, rapidamente se afasta desta origem e apresenta a família que será “amaldiçoada” com o seu choro.
Logo desde o início do filme somos levados para os anos 70 e os cenários e guarda-roupa contribuem para uma certa nostalgia. Talvez por se situar perto da data em que se passam os filmes “The Conjuring”, é de notar que a cinematografia está muito idêntica à de James Wan, mas nota-se que não teve a sua mão.
Sendo um filme de terror, percebe-se que existem muitas tentativas de causar jumpscares que até são bastante bem executadas, pois sentimos uma certa vontade de não encarar o ecrã, com medo de sofrermos a vergonha de dar um saltinho na cadeira.
Relativamente à antagonista, a Llorona, o facto de o filme contar a sua história contribui para que este se torne mais emocional. No entanto, os momentos em que esta aparece pecam pelo facto de a sua aparência ser apenas estranha, talvez por as suas feições terem sido editadas (parece ser meio quadrada), em vez de ter sido usada maquilhagem, como aconteceu, por exemplo, com “A Freira” – a maquilhagem contribuiu para lhe dar um pouco mais de realismo.
Tendo “A Freira” sido a última adição a este universo, é inevitável fazer uma certa comparação. Nesse filme, como tem sido bastante habitual, tivemos uma ligação direta a “The Conjuring”, com um final inesperado. Desta vez, a ligação é rápida e indireta, sendo estabelecida apenas através da figura da Annabelle. Eu diria mesmo que é até um pouco desnecessário, mas sempre ajuda a ligar tudo.
No geral, eu diria que o filme foi bem conseguido, mas podia ter sido melhor. Algo a seu favor são as prestações bem conseguidas, especialmente por parte de Linda Cardellini, que é uma atriz bastante segura para o papel. Mesmo não sendo o melhor filme deste universo (e estando longe de ser uma obra-prima do Terror), “A Maldição da Mulher que Chora” consegue entreter os fãs do género.