Luis Santos 
Vem aí o Sporting. Pouco há a dizer sobre a turma de Alvalade, são uma equipa que se estende por todo o terreno de jogo, usa o meio-campo como bloco e transição e os extremos como autênticas serpentes que ora manobram na linha ou entram para o centro para rematar.
É tal como o Belenenses uma equipa jovem, no eixo da defesa tem Tobias Figueiredo e Paulo Oliveira, nas alas, Jefferson e Cédric Soares. A dupla do eixo é organizada, imatura mas capaz. Nas alas tem dois laterais rápidos que não se acanham nas subidas para o ataque. No centro William Carvalho, um pilar que parece estar em todo o lado, acompanhado de Adrien Silva e João Mário. Adrien mais na luta fazendo a transição defesa/ataque e João Mário mais na pressão ofensiva com presença assídua no último terço do terreno.
Os extremos são talvez o maior factor de desequilíbrio, quando inspirados Nani e Carrillo podem decidir um jogo em momentos, bastante versáteis no um para um e possuidores de uma técnica apurada. Na frente jogará Montero, um avançado bastante móvel que procura sempre o espaço vazio, seja este no meio dos centrais ou nas suas costas.
Cuidados a ter
Não deixar João Mário e Montero pressionar alto, permitindo a saída para o ataque desde a defesa, evitando as saídas pontapeadas. Cautela naturalmente com os extremos evitando situações onde se encontrem apenas com um defesa pela frente.
O que deve ser feito
Sturgeon se jogar no centro do terreno deverá pressionar ao máximo William pois é ele sempre primeiro a receber da defesa. O centro do terreno deve estar sempre povoado, não permitindo as subidas de Adrien e João Mário, reduzindo-os apenas às tarefas defensivas. Deverá sempre haver uma entre-ajuda nas alas para que a técnica dos mais criativos surja com menor frequência. A Rui Fonte pede-se experiência contra a inexperiência, que seja aguerrido e persistente, tentando encontrar espaços, aproveitando a jovialidade da defesa.
No plano teórico tudo isto faz sentido mas o jogo tem três equipas, duas ideias de jogo, vários momentos e a cadência do ataque e da posse de bola vai alterando ao longo dos 90 minutos.
A única coisa que se pede é a disputa do jogo, não olhando às cores do adversário mas sim enfrentar o jogo pelo que ele é, um derby.
